Investing.com – As ações da Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) despencavam na manhã desta terça-feira, 14, em repercussão ao seu balanço, que teve que passar por alterações devido a erros contábeis. Às 10h45 (de Brasília), os papéis apresentavam perdas de 9,25%, a R$1,57.
A varejista reportou lucro líquido de R$331,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$190,9 milhões de em igual intervalo do ano anterior.
No entanto, a empresa informou sobre erros em lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, o que levou a reapresentação de demonstrações financeiras. De acordo com a varejista, o impacto no patrimônio líquido teria sido de R$22,1 milhões após os créditos tributários.
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Visão dos analistas
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) disse que os resultados vieram em linha com as expectativas, tanto nos níveis de receita quanto no EBITDA ajustado. “A fraca procura contínua pelas categorias principais da MGLU, combinada com o foco da gestão na rentabilidade, resultou num crescimento anual morno nos tijolos e num declínio no 1P, parcialmente compensado por um crescimento mais notável no mercado”, apontou o Goldman.
“A maior participação de 3P no mix, bem como o repasse de preços, beneficiaram a margem bruta, embora observemos que isso foi quase totalmente compensado por um maior índice de SG&A (maiores gastos para impulsionar o crescimento em 3P e os efeitos da desalavancagem operacional)”, completaram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.
O Goldman aponta que o período de vendas mais importante de 2023 ainda deve ocorrer, com a Black Friday em novembro e vendas de Natal e fim de ano em dezembro. O GS possui recomendação neutra para Magazine Luiza, com preço-alvo de R$2,80.
Na visão do banco BTG (BVMF:BPAC11), a varejista apresentou melhoras nas tendências de margem, mas ainda enfrenta desafios, com “tendência de vendas suaves que persiste em meio a um ambiente desafiador para a B&M e comércio eletrônico (1P)”.
Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima ainda citaram pressões inflacionárias sobre a renda, altos custos de financiamento, diante de taxas de juros mais elevadas, além da diminuição da demanda por eletrônicos e eletrodomésticos como pontos de cautela. O BTG possui classificação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$6.
"Imprecisões" relatadas
O banco GS lembra ainda que a Magazine Luiza informou que foram identificadas algumas imprecisões na contabilização de descontos a fornecedores em períodos anteriores. “Observamos que essas imprecisões não são tão materiais quanto outras que observamos no setor no passado recente e não têm impacto no caixa. Dito isto, esperamos que os investidores reajam inicialmente com uma maior percepção de risco”, destaca o banco.
O BTG recorda que as investigações iniciaram após a Magalu informar, em março deste ano, que uma denúncia anônima alegou supostas práticas comerciais que violariam o código de conduta e ética da empresa, em operações com determinados distribuidores e fornecedores.
Assim, em fato relevante, foram informados os resultados da auditoria, que teria concluído que a denúncia anônima era infundada, mas identificado imprecisões em lançamentos contábeis. Na visão do BTG, isso deve gerar ruído dos investidores e questionamentos sobre a varejista.