(Reuters) - Os membros de um sindicato que representa os trabalhadores da mina de níquel da Vale (SA:VALE3) em Sudbury, Canadá, que estão em greve, rejeitaram a última oferta da empresa brasileira, e pediram que a mineradora se comprometa a negociações de "boa-fé" para que a paralisação seja resolvida.
Uma maioria de 87% dos membros do USW Local 6500 votou por rejeitar a segunda oferta realizada pela Vale em duas semanas, de acordo com o sindicato, que acrescentou que a oferta não foi diferente da anterior, que havia desencadeado a greve em 1º de junho.
O sindicato havia recomendado que seus membros rejeitassem a nova oferta da empresa brasileira, dizendo que ela oferecia "melhorias mínimas".
Os 2.500 trabalhadores da mina cruzaram os braços em 1º de junho, reclamando dos planos de cortes de benefícios médicos e de saúde para aposentados, bem como aumentos salariais mínimos.
"A Vale quer reduzir o padrão de vida dos aposentados em nossa comunidade", disse o presidente da United Steelworkers Local 6500, Nick Larochelle, em um comunicado.
A mineradora decidiu paralisar no início do mês as atividades de níquel, cobre e cobalto em Sudbury.
Segundo o sindicato, os trabalhadores da unidade são expostos a substâncias tóxicas e perigosas ao longo de suas carreiras, e muitas vezes eles desenvolvem doenças graves e têm problemas de saúde na aposentadoria.
A Vale Canadá disse estar decepcionada com a rejeição da oferta pelo sindicato. Mais cedo, a companhia havia afirmado que sua segunda oferta tentou abordar questões que preocupam os trabalhadores, incluindo salários, pensões e benefícios pós-aposentadoria.
"Nossa oferta foi uma tentativa genuína e sincera de tentar abordar as questões levantadas pelo comitê de negociações do sindicato na rodada mais recente de discussões. Claramente, continuamos afastados em temas importantes", disse a empresa em comunicado.
A Vale foi obrigada a parar a mina depois que os trabalhadores rejeitaram sua oferta inicial. O USW Local 6200, que representa os funcionários em sua refinaria separada de Port Colborne, favoreceu o acordo proposto.
(Por Carolina Mandl, em São Paulo, e Kanishka Singh, em Bangalore)