Por Senad Karaahmetovic
Após o S&P 500 se recuperar cerca de 15% desde as mínimas de outubro, o MSCI US deixou de precificar uma contração do LPA. Para os estrategistas de ações do Citi, trata-se de uma posição “otimista demais”, já que os mercados europeus e emergentes estão descontando uma queda nos resultados de cerca de 10%.
O MSCI US agora está precificando um crescimento de 4% no LPA, o que fica próximo do consenso dos analistas. Por outro lado, os especialistas do banco esperam um recuo de 3% no crescimento do lucro por ação em 2023.
“Outros grandes mercados estão precificando recessões leves no LPA, portanto abaixo do consenso dos analistas. O valuation do Reino Unido parece ser o mais baixista (queda de 19% do LPA precificada), embora isso ainda pareça otimista em comparação com a contração média (35%). Os EUA historicamente têm visto as reduções menos severas (recessão média do LPA de 28%)”, de acordo com eles em nota aos clientes.
Apesar de o mercado estar “bastante otimista”, alguns setores estão mais pessimistas do que outros, com cíclicos (finanças, materiais e energia) descontando uma recessão de 20% no LPA.
“A história sugere que pode ser bem pior", complementaram.
“Os setores globais mais relacionados a tecnologia (serviços de comunicação, TI, consumo discricionário) estão todos descontando notícias melhores do que o consenso dos analistas. Entre os cíclicos tradicionais, os valuations de finanças e materiais agora sugerem quedas na extremidade mais branda das suas faixas históricas”, concluíram.
De forma geral, os estrategistas acreditam que os atuais valuations, especialmente em setores “mais da moda”, como tecnologia, estão vulneráveis se o LPA se comportar como nos ciclos passados. Por isso, eles recomendam que os investidores mantenham posições defensivas.
“Os investidores que desejam comprar ativos defensivos podem fazê-lo através de portos seguros tradicionais, como saúde e consumo básico”, finalizaram.