Investing.com - O mercado futuro de Wall Street sinalizou abertura em queda nesta terça-feira, continuando a tendência da sessão de ontem, que foi o pior dia do ano para as negociações, e os investidores focam em enxurrada de resultados e outros dados.
O Dow futuro, índice que engloba as principais empresas listadas na bolsa, recuou 45 pontos, ou 0,23%, às 10h03 (horário de Brasília); o S&P 500 futuro caiu 3 pontos, ou 0,15%, enquanto que o Nasdaq 100 futuro, composto pelas maiores empresas de tecnologia do mercado, registrou queda de 9 pontos, ou 0,17%.
Com mais de 30% das empresas do S&P 500 já tendo divulgado seus resultados do quarto trimestre, esta semana será bem agitada, com 109 empresas programadas para divulgar os números.
Entre os relatórios desta terça, os investidores focarão nos resultados das blue-chips Exxon Mobil (NYSE:XOM) e Pfizer (NYSE:PFE).
No entanto, a Apple (NASDAQ:AAPL) deve receber ainda mais atenção dos mercados, quando a fabricante de dispositivos tecnológicos divulgar os números após o fechamento do mercado.
Como destacou o analista-sênior de índices do S&P Dow Jones, Howard Silverblatt, a Apple "deve compor 6,6% do total dos lucros por ação do S&P, como representou 3,2% do valor de mercado".
Os números decolaram no setor de TI, representando 27,7% e 15,4%, respectivamente, de acordo com o especialista.
Quanto aos dados econômicos, os mercados vão digerir o índice de custos de empregabilidade do quarto trimestre, o índice de preços de imóveis residenciais da S&P/Case-Shiller de novembro para 20 cidades, o índice de atividades dos gerentes de compras (PMI) de Chicago para janeiro e os números da Conference Board da confiança do consumidor no primeiro mês do ano.
Antes da divulgação dos dados, o dólar estava a caminho de registrar seu pior início de ano desde 2008, recuando aproximadamente 2% no primeiro mês do ano frente a uma cesta das moedas mais importantes, sendo influenciado pelas preocupações com o quadro geral das políticas do Presidente Trump.
Enquanto isso, os preços do petróleo variaram tanto para cima quanto para baixo nesta terça, mas devem encerrar janeiro registrando perdas de 4%, com a confiança dividida entre as expectativas de aumento de produção de shale oil nos EUA e esperanças de que o excesso de oferta seja remediado pelos cortes efetuados pelos grandes produtores.
Freando a queda, uma pesquisa da Reuters afirmou que a Opep já executou 82% dos cortes em janeiro.
O petróleo bruto americano futuro recuou 0,27% a US$ 52,29 às 10h05, enquanto que o petróleo Brent avançou 0,05%, operando a US$ 55,35.
Do outro lado do planeta, como já era esperado, o Banco do Japão manteve as taxas de juros a curto prazo em -0,1% e o rendimento do título da dívida pública de dez anos em 0%, e também aumentou suas estimativas de crescimento de 1,0% (em uma estimativa feita em outubro) para 1,4% para o ano fiscal que termina em 31 de março.
As notícias chegam com o Federal Reserve (Fed) dando início à sua própria reunião de política hoje. As expectativas são de que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas ao concluir a reunião (na quarta-feira), mas os investidores ficarão atentos ao relatório mais atual, enquanto procuram por mudanças na linguagem que possam indicar mais claramente um aumento das taxas a curto prazo.
Na Europa, vários dados positivos da zona do euro ajudaram as ações a compensarem a estagnação dos investimentos nos EUA, com o PIB e a inflação aumentando e o desemprego caindo.
No Reino Unido, o plano da primeira-ministra britânica, Theresa May, de deixar a União Europeia deve sobreviver a uma discussão intensa que durará dois dias no parlamento e que começa nesta terça, mesmo com as tentativas dos legisladores a favor da UE de forçar o governo a repensar sua estratégia.
Pode ser que May publique o documento do seu governo sobre o Brexit nesta quinta-feira, após fazer mais uma concessão e se comprometer a enviar relatórios ao parlamento sobre cada medida, de acordo com fontes citadas pelo The Guardian.
O documento então estará pronto para os votos finais sobre o artigo 50, que dá início às negociações com a União Europeia para decidir os termos da saída do Reino Unido, esperada para 8 de fevereiro.