SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores da fábrica de motores e câmbios da Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34) em Taubaté (SP) rejeitaram nesta quarta-feira oferta da montadora de indenização por conta da decisão de encerrar a produção no país, anunciada no mês passado.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, a indenização oferecida pela montadora norte-americana era de 1,1 salário por ano trabalhado para os funcionários horistas. Para os mensalistas, o valor seria de 0,7 salário por ano trabalhado.
"É como se a indenização fosse apenas a antecipação dos valores dos meses de fevereiro a dezembro. Mas o que os trabalhadores buscam neste momento não é uma indenização, mas sim a reversão da decisão da montadora", disse o representante sindical na Ford, Sidivaldo Borges, em comunicado à imprensa.
Para a entidade, os valores estão abaixo do que os funcionários receberiam até o fim deste ano, entre salários e benefícios. "O cálculo leva em conta que os trabalhadores e trabalhadoras na Ford têm estabilidade no emprego até 31 de dezembro", afirmou o sindicato.
A decisão na assembleia, segundo o sindicato foi unânime. Borges afirmou que os trabalhadores fizeram um pedido para revisão na decisão de fechar as fábricas no país. "Estamos aguardando um posicionamento da fábrica, para discutir com o presidente global da Ford. Porque ainda temos esperança de que possa ser revertido", disse o sindicalista.
Nesta semana, a Ford anunciou o maior investimento já realizado pela empresa em quase um século na África do Sul, de mais de 1 bilhão de dólares. Os recursos incluem recursos para ampliação de capacidade instalada de 168 mil para 200 mil veículos.
(Por Alberto Alerigi Jr.)