Por Senad Karaahmetovic
Os analistas do UBS rebaixaram a recomendação das ações da Microsoft (BVMF:MSFT34)(NASDAQ:MSFT) de compra para neutra, com um preço-alvo de US$ 250 por ação (abaixo dos US$ 300 anteriores). Os papéis da gigante do software recuavam cerca de 5,08% às 13h41 de Brasília nesta quarta-feira.
O UBS decidiu rebaixar a empresa em sua escala de classificação após os resultados de uma pesquisa de campo com provedores de nuvem se mostrarem mais fracos do que o esperado. Além disso, os analistas ressaltaram que o crescimento do pacote Office deve cair em 2023, ao mesmo tempo em que o múltiplo da Microsoft “parece justo, mas não barato”.
Com isso, os analistas cortaram as estimativas de receita para o EF23, para US$ 243,2 bilhões, embora tenham elevado as expectativas de lucro por ação (LPA) para US$ 11,27, levemente acima do consenso atual Wall Street.
"Nossas preocupações são as seguintes: a) o motor de crescimento da Microsoft - Azure - está entrando em desaceleração acentuada, que pode piorar mais no EF23/24 do que os investidores estão esperando, sem falar no cenário macro mais difícil, b) o Office 365 está vulnerável a uma desaceleração em 2023, à medida que a base instalada de clientes reduz o crescimento do número de funcionários, c) as margens estão baixas ano a ano no 1SF23, apesar de um aumento significativo da mudança na depreciação do servidor, e as estimativas de LPA de Wall Street para o EF23 estão muito ligadas a uma reversão dessa tendência no 2SF23, apesar das contínuas pressões de margem", explicaram os analistas em nota.
Os analistas concluíram dizendo que “não estão fazendo um call negativo para a ação”, mas ressaltaram que o múltiplo de 24,5x o fluxo de caixa livre do EF23 já incorpora um prêmio defensivo. Dessa forma, o UBS considera que os riscos estão inclinados para baixo nos níveis atuais.
Em 2022, as ações da Microsoft acumularam uma desvalorização de quase 30%.