PARIS (Reuters) - O ministro francês de Finanças, Michel Sapin, usou a metáfora do "tapete vermelho" para dizer nesta sexta-feira que gostaria de receber bancos de Londres em Paris, numa aparente provocação ao premiê britânico David Cameron, após o Reino Unido decidir sair da União Europeia.
Cameron desencadeou uma guerra de palavras com a França na cúpula do G20 no México em 2012, oferecendo "estender o tapete vermelho" para as empresas francesas se o então eleito presidente francês François Hollande honrasse a promessa de aumentar impostos sobre os ricos.
Questionado por jornalistas se a França iria incentivar os bancos a levar atividades para Paris se o Brexit dificultar operações em Londres, Sapin disse: "O tapete vermelho pode ser usado em ambos os sentidos e nós nem teríamos que gastar dinheiro extra."
Ele acrescentou, porém, que nem ele nem o governo francês têm intenções "hostis" em direção a Londres, dizendo que acredita que "a Grã-Bretanha já tem dificuldades políticas, econômicas e financeiras suficientes".
Ansioso por impulsionar a capital francesa como centro financeiro internacional, o lobby financeiro Paris Europlace pediu mais incentivos fiscais, incluindo a extensão da redução de impostos para expatriados, de cinco para dez anos.