Por Howard Schneider e Ann Saphir
(Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse na quinta-feira que os principais programas de empréstimos do Federal Reserve para pandemia expirariam em 31 de dezembro, colocando o governo Trump em desacordo com o banco central e potencialmente adicionando estresse à economia enquanto o presidente eleito Joe Biden organiza seu administração.
Em uma carta ao chair do Fed, Jerome Powell, Mnuchin disse que os 455 bilhões de dólares alocados para o Tesouro sob a Lei CARES na primavera passada (nos EUA) --grande parte desse volume reservada para apoiar os empréstimos do Fed a empresas, organizações sem fins lucrativos e governos locais-- deveriam estar disponíveis para realocação pelo Congresso.
A decisão vem num momento em que dados mostram que a rápida recuperação de uma queda histórica na economia está perdendo força, com mais de 10 milhões de pessoas que tinham empregos em janeiro ainda sem trabalho.
"Estou solicitando que o Federal Reserve devolva os fundos não utilizados ao Tesouro", disse Mnuchin em carta a Powell, recusando-se a estender programas que o banco central vê como essenciais para garantir que o crédito flua para todas as partes da economia durante o pior tombo econômico em um século.
O anúncio não era esperado por autoridades do Fed, as quais disseram nesta semana que os programas deveriam ser estendidos e reafirmaram isso a Mnuchin imediatamente após sua decisão vir a público.
Em comunicado enviado por e-mail, o Fed disse que "prefere que o conjunto completo de ferramentas de emergência estabelecido durante a pandemia do coronavírus continue a servir ao seu importante papel de proteção para nossa economia ainda tensa e vulnerável".