SÃO PAULO (Reuters) - A estratégia de modernização das lojas Extra, do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4), já está dando resultados no terceiro trimestre em termos de recuperação das vendas e fluxo de clientes, disse nesta quarta-feira o diretor de operações do modelo de hipermercados da bandeira, Marcos Batista.
"O cenário macro continua nos desafiando, mas já é perceptível uma recuperação das vendas e de fluxos de clientes como resultado da modernização das lojas e incremento de competitividade", disse Batista em teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre.
De abril a junho, as vendas líquidas do segmento alimentar do GPA, que reúne as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Assaí, somaram 8,9 bilhões de reais, alta anual de 6,4 por cento.
A estratégia de modernização das lojas implantada em maio consiste em reformas e mudanças no sortimento dos produtos. Até agora, 24 lojas foram modernizadas e ainda em julho outras 25 lojas serão entregues, somando 49 no país.
"Para o segundo semestre, planejamos a entrega de mais 60 lojas modernizadas, que representam 35 por cento de nossas vendas", disse Batista. O investimento em 2015 na modernização de lojas da bandeira é da ordem de 100 milhões de reais.
Na véspera, o Grupo Pão de Açúcar anunciou que teve prejuízo de 30 milhões de reais no segundo trimestre, afetado por retração econômica do país, aumento de despesas e menor geração de caixa operacional.
A empresa pretende prosseguir com a redução de despesas implementada o ano passado, que dar resultados no segundo semestre, disse o diretor-presidente do grupo, Ronaldo Iabrudi.
"Os custos vieram de forma abrupta", disse a analistas em teleconferência. "Já temos visto resultados importantes neste trimestre e vamos colher outros resultados importantes no segundo semestre", disse.
De acordo com apresentação do GPA, no multivarejo (Pão de Açúcar e Extra), as iniciativas de melhora de eficiência e racionalização de despesas se darão com a adequação do número de funcionários, revisão de benefícios de executivos, renegociação de contratos com terceiros, entre outros.
Segundo Iabrudi, a crise acaba sendo uma oportunidade para o grupo encontrar terrenos e pontos de venda com aluguéis ou preços de venda mais adequados.
"Temos mais oportunidades com essa economia (em crise), quando olhamos o minimercado; para alugar em pontos antes difíceis agora temos custo mais adequado e a velocidade é maior", declarou, completando que a rede Assaí também está tendo mais facilidade para encontrar terrenos a preços menores.
De acordo com o diretor-financeiro do GPA, Christophe Hidalgo, o grupo também busca oportunidades de redução de aluguéis das lojas.
"A perspectiva é no segundo semestre capturar o que temos negociado no segundo trimestre", declarou, completando que a redução pode ser de 10 a 25 por cento em função da localização das lojas. Iabrudi lembrou que essas negociações ocorrem "com todo respeito aos contratos".
(Por Luciana Bruno)