Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's avaliou que o ímpeto de reformas no Brasil continua, aprovada a reforma da Previdência em outubro, mas ressalvou que as próximas iniciativas são complexas tanto nas metas quanto nos prazos.
Em relatório com data desta quinta-feira, a Moody's disse que o rating "Ba2" do Brasil é amparado pelo ambiente pró-reformas econômicas, cenário que contraria a tendência observada em outros países da região.
"No entanto, as iniciativas de reforma são complexas em termos do que pretendem alcançar e do processo legal necessário para sua aprovação", afirmou a agência. "Um prazo apertado para aprovar as reformas antes do início da campanha para as eleições locais em meados de 2020 também representa um desafio", completou.
A agência de classificação de risco considerou ainda que o ambiente de reformas se dá em meio a mudanças no plano político --com o presidente Jair Bolsonaro deixando o PSL para criar uma nova legenda e a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava preso em Curitiba (PR).
"A mudança no cenário político pode diminuir o ímpeto da reforma fiscal, mas é provável que a reforma tributária avance em 2020, devido ao amplo apoio", disse a Moody's.