A MRV&Co - conglomerado que reúne MRV (BVMF:MRVE3), Sensia, Luggo, Urba e Resia - teve prejuízo líquido consolidado de R$ 136,5 milhões no terceiro trimestre de 2023. O resultado representa uma piora na comparação com o lucro de R$ 2 milhões registrado no mesmo período de 2022. Os dados consideram o resultado líquido atribuível aos acionistas da controladora.
O que pesou no trimestre foi o resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras), que gerou uma despesa de R$ 128,8 milhões, contra uma receita de R$ 113,8 milhões de um ano antes.
Esta linha do balanço foi afetada por itens considerados não recorrentes. Entram aí a operação de recompra de ações da companhia via derivativos, ou equity swap, (R$ 34,6 milhões) e a marcação a mercado de dívidas (R$ 55 milhões). Além disso, houve perda na venda de terreno em Curitiba (R$ 20,2 milhões), cujo zoneamento passou de residencial para comercial, portanto, saindo do foco da companhia.
A receita operacional líquida consolidada totalizou R$ 1,973 bilhão, crescimento de 16,4% na mesma base de comparação anual, impulsionada pelo volume recorde de venda de imóveis. A margem bruta consolidada foi a 23,3%, melhora de 4 pontos porcentuais na comparação anual. Já as despesas consolidadas do grupo foram de R$ 436,2 milhões, aumento de 5,5%.
Todas as operações tiveram prejuízo no terceiro trimestre do ano: MRV (R$ 87,6 milhões), Urba (R$ 25,9 milhões), Luggo (R$ 8,9 milhões) e Resia (R$ 14,0 milhões).
MRV
Sem contar os itens não recorrentes do resultado financeiro, a MRV passa a mostrar um lucro líquido ajustado de R$ 22 milhões no terceiro trimestre de 2023, o que representa melhora frente ao prejuízo de R$ 51 milhões do mesmo período de 2022.
A margem bruta da MRV foi a 23,4%, alta de 4,5 pontos porcentuais. A receita operacional líquida atingiu R$ 1,926 bilhão, alta de 17,7%.
Conforme já divulgado nas prévias operacionais, os lançamentos do braço de incorporação subiram 2,9% no terceiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, chegando a R$ 1,811 bilhão. As vendas cresceram 54,5%, para R$ 2,213 bilhões, ajudadas pela melhora nas condições do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
A dívida líquida do grupo no Brasil (excluindo a Resia, que atua nos Estados Unidos) foi a R$ 2,61 bilhões, alta de 10,7% na comparação anual. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) bateu em 43,4%, recuo de 1 ponto porcentual. Os recursos disponíveis em caixa eram de R$ 2,5 bilhões no fim de setembro.
Já a dívida líquida da Resia chegou a R$ 2,68 bilhões, aumento de 53,3% na comparação anual. A alavancagem foi a 170,4%, salto de 64 pontos porcentuais. O dinheiro em caixa somava R$ 149 milhões.