Investing.com – As ações da fabricante de produtos de tecnologia Multilaser, agora chamada de Multi, desabavam na manhã desta quarta-feira, 29, após a companhia anunciar prejuízo nos últimos três meses do ano.
Às 11h15 (de Brasília), os papéis despencavam 25%, a R$1,69.
A Multi registrou prejuízo de R$205,2 milhões no quarto trimestre, revertendo lucro de R$68,6 milhões no terceiro trimestre e de R$153,1 milhões no 4T21. Em 2022, o lucro líquido foi de R$90,0 milhões, piora de 88,4%.
O resultado operacional ficou negativo em R$165,5 milhões entre outubro e dezembro, contra um indicador positivo de R$139,7 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida apresentou recuo trimestral de 1% e de 11,8% na base anual.
A companhia informou que realizou forte redução de custos no início deste ano, com corte de mais de 10% da folha de pagamento em valor e quantidade. "Estamos revisando todos os contratos, buscando cortes e melhorias de prazo de pagamento. Reduzimos fortemente as compras para otimizar estoques, conseguindo com isso uma redução no nível de inventário em cerca de R$200 milhões do 3T22 para o 4T22. Reduzimos também os investimentos em ativo fixo, postergando os novos projetos, porém terminando os que já estavam pela metade, trazendo um alívio de caixa da ordem de R$50 milhões”, informou a empresa em release de resultados.
Além disso, a Multi anunciou que vai postergar possíveis aquisições de empresas, mantendo o foco na operação interna e geração rentável de caixa. A empresa ainda lamentou passar por turbulências e completou que prejuízos da migração de sistema “são incalculáveis e serão sentidos no primeiro trimestre de 2023”. Depois do segundo semestre, a expectativa é de maior fluidez nas operações.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) considerou os resultados fracos e abaixo do esperado, com efeitos não recorrentes e cenário macroeconômico desafiador afetando a demanda por eletrônicos, especialmente dispositivos móveis e itens de escritório e de TI. Por outro lado, a companhia teve bom desempenho em produtos para a casa e para crianças/esportes.
De acordo com os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, as vendas para grandes varejistas e para corporações seguem pressionadas, mas varejistas de médio porte tiveram uma alta sólida. Ainda afetaram os resultados o “aumento dos custos de frete, aluguel de centros de distribuição e uma provisão de R$52 milhões relacionada a impostos”, informou a XP.
No entanto, a XP mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$6,00, por conta do valuation atrativo.