LANGLEY (Reuters) - Eles gostam de chamá-lo de 'o maior museu que você nunca verá'.
Escondido nos corredores de sua sede na Virgínia, o renovado museu da Agência Central de Inteligência – embora ainda fechado ao público – está revelando artefatos recém-desclassificados das operações mais célebres da agência de espionagem desde sua fundação, há 75 anos.
O principal deles: um modelo em escala de pouco mais de 30,5 cm do complexo em Cabul, Afeganistão, usado para informar o presidente Joe Biden antes do ataque de drone que matou o líder da Al Qaeda Ayman al-Zawahiri apenas dois meses atrás.
"É muito incomum que algo seja desclassificado tão rapidamente", disse Janelle Neises, vice-diretora do museu.
"Usamos nossos artefatos para contar nossas histórias. É uma maneira de ser realmente honesto e transparente sobre a CIA, o que às vezes é difícil", disse Neises, que se juntou ao diretor do museu Robert Byer para falar sobre a exposição.
Os itens, alguns dos quais estão disponíveis para visualização online, fazem parte de um esforço mais amplo para expandir o alcance público e o recrutamento pela agência conhecida em alguns lugares tanto por seus escândalos quanto por sucessos de inteligência.
Os funcionários da CIA costumam dizer que os sucessos da agência são secretos, mas seus fracassos às vezes são públicos.
O esforço inclui o lançamento no início desta semana do primeiro podcast público da CIA no qual o diretor William Burns diz que a agência procura "desmistificar" seu trabalho no momento em que "a confiança nas instituições é tão escassa".
As centenas de itens do museu, alguns dos quais estão em exibição desde a década de 1980, foram todos desclassificados.
Neises disse que a agência de vez em quando empresta alguns para bibliotecas presidenciais e museus sem fins lucrativos.
À vista para os autorizados a visitar estão o fuzil de assalto AKM carregado por Osama bin Laden na noite em que os soldados da Marinha dos EUA o mataram em um ataque ao seu complexo de Abbottabad, Paquistão, em 2011, e uma jaqueta de couro encontrada com o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein quando ele foi capturado em 2003.
Outras exposições incluem trajes de voo usados por pilotos de aviões espiões U-2 e A-12 da época da Guerra Fria a uma sela com estrutura de madeira, semelhante às usadas por membros da Equipe Alpha da CIA enquanto andavam a cavalo pelo terreno montanhoso do Afeganistão logo após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
(Reportagem de Michael Martina)