Por Julia Payne e Maytaal Angel
LONDRES (Reuters) - A trader global Glencore (LON:GLEN) está finalizando um acordo para fazer um pagamento de 500 milhões de dólares ao braço de mineração da CSN (SA:CSNA3), envolvendo fornecimento de 20 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de cinco anos, afirmaram fontes com conhecimento do assunto.
O acordo deve ser acertado pela CSN com a Glencore, no primeiro trimestre deste ano, disseram as fontes.
Representantes da CSN e da Glencore, que segundo fontes está assegurando financiamento de bancos para o acordo, não comentaram o assunto.
O acordo está sendo negociado em um momento de alta nos preços do minério de ferro depois da tragédia envolvendo o colapso de uma barragem de rejeitos da Vale (SA:VALE3) em Brumadinho (MG), neste mês. A tragédia forçou a Vale a anunciar planos de cortar 10 por cento de sua produção.
Os preços de referência do minério de ferro eram negociados a 87,30 dólares a tonelada nesta sexta-feira, acima dos 85,3 dólares de quinta-feira.
A CSN está em um processo de venda de ativos para acelerar redução de endividamento e a negociação de venda antecipada de minério de ferro era uma das estratégias citadas no ano passado pelo presidente-executivo da companhia, Benjamin Steinbruch, para ajudar na redução da alavancagem da empresa.
A CSN Mineração é a segunda maior produtora de minério de ferro do Brasil e produziu 30 milhões de toneladas do produto em 2017.
Desde a tragédia em Brumadinho, moradores de Congonhas (MG), cidade que abriga a principal mina da CSN, Casa de Pedra, têm cobrado mais transparência da empresa sobre a divulgação de informações sobre o estado da barragem da mina, que tem 76 metros de altura e capacidade para acumular cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito. A barragem de Brumadinho tinha cerca de 12 milhões de metros cúbicos.
Nesta sexta-feira, a prefeitura de Congonhas afirmou que a CSN procurou o governo municipal no início desta semana para reafirmar planos de desativar o depósito de rejeito na barragem, que esta a cerca de 300 metros de um bairro da cidade, até o final deste ano e retirar a água e reflorestar a área nos próximos anos. Segundo a CSN, a empresa tem atestados que comprovam segurança da estrutura e a mina de Casa de Pedra segue operando normalmente.