OSLO (Reuters) - A norueguesa Yara (LON:0O7D), uma das maiores fabricantes de fertilizantes do mundo, está reduzindo sua produção de amônia e ureia na Itália e na França devido ao aumento nos preços do gás natural, disse a companhia nesta quarta-feira, em outro sinal de aumento dos custos para a produção de alimentos.
O preço do gás natural, que é usado no processo de fabricação de fertilizantes, bateu recordes nos últimos dias após a invasão russa da Ucrânia.
As fábricas da Yara em Ferrara, na Itália, e em Le Havre, na França, têm uma capacidade anual combinada de 1 milhão de toneladas de amônia e 0,9 milhão de toneladas de ureia.
"Incluindo otimização e manutenção em outras instalações de produção, a produção europeia de amônia e ureia da Yara deve operar com aproximadamente 45% da capacidade até o final desta semana", disse a empresa em comunicado.
A Yara é a segunda maior produtora mundial de amônia com capacidade na Europa de 4,9 milhões de toneladas por ano, que por sua vez é utilizada na fabricação de fertilizantes de ureia.
A Europa ainda pode importar fertilizantes de outras regiões do mundo, onde os preços do gás são mais baixos, mas qualquer corte na produção provavelmente terá um impacto negativo na oferta global, disseram analistas.
"A Yara continuará monitorando a situação e, na medida do possível, usará seu sistema de produção global para continuar fornecendo aos clientes e garantir a continuidade das cadeias de fornecimento de alimentos, mas reduzindo a produção quando necessário devido às condições desafiadoras do mercado", afirmou a empresa.
A Yara anunciou em setembro do ano passado cortes de amônia na Europa com o aumento dos preços do gás, mas depois disse que a produção havia sido praticamente restaurada.
Os preços do gás no atacado na Europa e na Grã-Bretanha atingiram níveis sem precedentes na segunda-feira, devido aos crescentes temores de que as exportações russas de energia possam enfrentar sanções após a invasão russa da Ucrânia.
(Por Terje Solsvik)