Money Times - Mesmo após uma disparada de 40% em dois dias, os analistas ainda veem potencial nas ações da Marfrig (SA:MRFG3). A mudança de patamar veio após um movimento inesperado, no qual o frigorífico adquiriu 51% da National Beef, quarta maior processadora de carne dos EUA, por US$ 969 milhões.
Na visão do mercado, a empresa conseguiu de uma vez se tornar a 2ª maior processadora de carne do mundo, além de abrir caminho para a redução da alavancagem. A National exporta para 40 países, incluindo o Japão e a Coreia do Sul, mercados atualmente fechados às exportações de carne brasileira.
“Quando combinados, esses dois eventos poderiam levar a Marfrig ao próximo nível em posicionamento estratégico e alavancagem, e em um setor onde o alto endividamento e a falta de clareza estratégica mantinham os investidores de capital por muito tempo”, apontam Thiago Duarte e Vito Ferreira do BTG Pactual (SA:BPAC11). O preço-alvo foi elevado de R$ 9 para R$ 11 e a recomendação agora é de compra.
A equipe de dívida do BTG, composta por Thomas Teny, Matheus Chermauth e Beatriz Watanabe, avalia também que a companhia se tornou um player puro carne (onde realmente tem uma vantagem), com uma base de produção muito diversificada na América do Sul e nos EUA e maior acesso aos mercados de exportação.
“A administração reafirmou as intenções de manter a alavancagem em níveis muito baixos, o que vemos como primordial para uma estrutura de capital sustentável e perfil de geração do fluxo de caixa livre em todos os ciclos de carne bovina”, destacam. Eles recomendaram a compra dos títulos da dívida da companhia.
Keystone
Em linha com a promessa da administração de crescer com “uma rigorosa disciplina financeira”, o Bradesco (SA:BBDC4) avalia que o caminho agora está livre para a Marfrig se desfazer da Keystone. “Os investidores agora podem ter certeza de que a Marfrig manterá exposição significativa ao mercado dos EUA, mesmo considerando a venda da Keystone e não irá enfrentar a potencial reavaliação que teria se tonrnasse um puro player com atuação no Brasil”, afirma João Pedro Soares.
O preço-alvo para a Marfrig foi revisado de R$ 10 para R$ 11, com recomendação de compra. “Mesmo após a alta recente das ações, vemos espaço adicional para valorização”, ressalta o Bradesco. Segundo os cálculos de Soares, a empresa (pós aquisição da National Beef e venda da Keystone) estaria negociando a 4,6 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), versus a média do setor de 5,5 vezes.
Por Money Times