Investing.com - O cenário de inflação elevada e políticas monetárias contracionistas afetam os mercados mundo afora neste ano, mas alguns índices, como os americanos, começam a apresentar sinais de melhora. Para a bolsa brasileira, que vinha performando bem, mas apagou os ganhos com medidas recentes no cenário local de aumento de gastos, indicando possibilidade de manutenção do ciclo de aperto no ano que vem, a perspectiva é de que ela continue a descolar da recuperação.
Em relatório sobre as perspectivas para o ano de 2023, o time de research do Inter avaliou que o risco fiscal no país e juros mais altos limitam ganhos projetados para o ano que vem, enquanto no cenário externo, as políticas monetárias contracionistas e possível recessão continuam no radar.
“O prêmio de risco que caminhava para níveis mais baixos volta a subir e juntamente com custos de captação mais elevados alavancam as taxas de desconto para precificação dos modelos de avaliação, levando à cortes de projeções para o próximo ano”, apontam os analistas Gabriela Cortez Joubert, Matheus Amaral e Manuela Rosa Granja.
Segundo os analistas, o índice opera a mínimas históricas em termos de Preço/Lucro, hoje a 6x lucro, abaixo da média dos últimos 5 anos de 12x.
O Inter acredita que o Ibovespa ainda deve continuar com desconto frente ao potencial de lucratividade das empresas para o ano que vem, apontando um múltiplo justo sendo negociado a 7,2x.
Já a Toro Investimentos concorda que a pauta política e o cenário fiscal devem marcar o ano que vem, assim como o problema persistente da inflação. A nível global, crise energética e na cadeia de suprimentos continuam a afetar preços de energia e alimentos. Importantes economias, como Estados Unidos e União Europeia, podem enfrentar recessão.
Com esse cenário, a Toro selecionou investimentos para alocação diversificada e atenta aos riscos no ano de 2023. Ações de longo prazo recomendadas pela Toro, estão Ambev (BVMF:ABEV3), BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Itaúsa (BVMF:ITSA4), Isa Cteep (BVMF:TRPL4), Taesa (BVMF:TAEE11), JBS (BVMF:JBSS3), Lojas Renner (BVMF:LREN3), Multiplan (BVMF:MULT3), Assaí (BVMF:ASAI3), Klabin (BVMF:KLBN11), Suzano (BVMF:SUZB3), Weg (BVMF:WEGE3), Prio (BVMF:PRIO3), Vale (BVMF:VALE3), Cosan (BVMF:CSAN3).
Para small caps de longo prazo, a Toro Investimentos indicou 3R Petroleum (BVMF:RRRP3), Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3), Pague Menos (BVMF:PGMN3), Vivara (BVMF:VIVA3), Arezzo (BVMF:ARZZ3), JHSF (BVMF:JHSF3), Iguatemi (BVMF:IGTA3), Indústrias Romi (BVMF:ROMI3) e Ambipar (BVMF:AMBP3).
Entre os ETFs nacionais, apontou como opções BOVA11, DIVO11 e SMAL11.
Em relação a produtos de renda fixa, a recomendação é focar em investimentos pós-fixados atrelados à taxa DI ou à Selic, títulos atrelados ao IPCA com prazo de no mínimo 2 anos e títulos prefixados com vencimentos mais longos.
Além disso, como investimentos internacionais, a Toro indica o BV Dólar Cambial FIC FI e Western Asset US Index 500 FI Multimercado, assim como os BDRs de Chevron (NYSE:CVX), JP Morgan, Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Costco.