Especialistas consultados pelo E-Investidor, serviço de finanças pessoais do Estadão, divergem sobre as recomendações para os papéis de Petrobras (SA:PETR4). Depois da demissão do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, agravadas pela suspeita do uso de informações privilegiadas em operações com os papéis da companhia.
A Nord Research, por exemplo, recomenda a venda das ações. Segundo Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da consultoria, independentemente do eventual currículo do general Joaquim Silva e Luna - indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a gestão da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco -, o risco já se tornou grande demais.
"Provavelmente é alguém alinhado com o atual discurso do presidente, de que a Petrobras tem de ser usada para resolver problemas de ordem política. Existem preocupações legítimas com a governança da empresa neste momento, que podem se traduzir em prejuízos materiais", afirma o especialista. "Se você obriga uma companhia a praticar preços no mercado doméstico que são incompatíveis com os custos, isso se traduz em destruição de valor."
Essa também é a visão de Henrique Estéter, analista da Guide Investimentos. "Se os conselheiros indicados pela União renunciaram, e demonstram preocupação, imagina o pequeno investidor que tem Petrobras na carteira?", diz.
Já na opinião de Ilan Arbetman, analista de Ativa Investimentos, o clima é de cautela. "Os próximos capítulos serão fundamentais para entendermos para onde vai a Petrobras. Precisamos saber quem serão os substitutos para os conselheiros (que deixaram a estatal) e se Silva e Luna realmente ficará no cargo", diz. "É complicado agir no calor do momento. É necessário saber se haverá continuidade das políticas praticadas hoje pela estatal. Ainda não temos clareza." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.