Investing.com - As ações da Oi atingiram os R$ 2 às 14h35 nesta terça-feira na bolsa brasileira, após a Highline declarar estar estudando uma contraproposta pela rede móvel da companhia telefônica. A nova proposta é uma resposta ao grupo formado por Claro, Vivo e Tim, que fez uma proposta de R$ 16,5 bilhões pela operação da Oi na noite de ontem, além informar intenção de contrato de aluguel da rede a longo prazo.
As informações são do jornal O Globo, que menciona fontes citando executivos da Highline.
Às 15h32, as ações ordinárias da companhia (OIBR3) disparavam 14,63%, a R$ 2,03, enquanto as ações preferenciais da Oi (OIBR4) estavam sob leilão após saltar 24,48% a R$ 2,39. A Telefonica (MC:TEF) Brasil (VIVT4), por sua vez, subia 1,95% a R$ 50,72, enquanto as ações da Tim (TIMP3) eram negociadas a R$ 14,95, alta de 2,61%.
Depois de receber a proposta do grupo formado por Claro, Vivo e Tim, a Oi informou que está avaliando a exclusividade de negociação de venda de sua rede móvel a Highline do Brasil. A Oi não divulgou o valor da oferta da Highline apresentada anteriormente, mas afirmou que estava acima de R$ 15 bilhões, que é o preço mínimo exigido pela tele por sua divisão móvel.
Banco Digital
A operadora fechou acordo com a fintech Conta Zap para a oferta de uma conta digital para seus clientes, especialmente os desbancarizados, aproveitando o maior acesso ao celular pela população de baixa renda em relação às contas bancárias. As informações são da edição desta terça-feira do Valor Econômico.
As empresas já assinaram o memoerando de entendimentos e estão formatando a operação, de acordo com o fundador da Conta Zap, Roberto Marinho, ao jornal. A fintech opera por meio de mensagem com os clientes no Whatsapp e será responsável pela parte operacional da joint-venture, tendo participação majoritária. A Oi entra na sociedade com a base de clientes, de 29 milhões de pessoas.
Fibra óptica
Na sexta-feira, o site do jornal Valor informou que a tele recebeu oferta do BTG Pactual (SA:SA:BPAC11) (SA:BPAC11) por 25% do capital total e 51% do capital votante de sua rede de fibra óptica, segundo fontes ouvidas pelo Valor, sem revelar valores. Segundo o veículo, há cerca de dez proponentes para a compra de rede de fibra ótica da Oi, que entregaram suas propostas na semana passada. A proposta do BTG seria representante de um dos fundos de private equity sob sua gestão.
Batizada de InfraCo, a infraestrutura contém 400 mil quilometros de rede e vale R$ 25,5 bilhões, de acordo com a Oi. É um negócio rentável, com Ebtida em R$ 1,5 bilhão, mas que precisa de R$ 12 bilhões em quatro anos para expandir a rede onde a Oi não está presente. Após a venda do negócios, a tele pretende se manter como cliente da nova companhia.
De acordo com a Oi, o potencial comprador da parcela da InfraCo à venda deverá desembolsar, no mínimo, R$ 6,5 bilhões mais R$ 2,4 bilhões referentes à dívida da unidade, além de se comprometer a investir R$ 5 bilhões - no total, o negócio deve gerar R$ 13,9 bilhões no mínimo.
A oferta segue a expectativa do presidente da companhia, Rodrigo Abreu, de vender ainda este ano uma fatia da divisão de fibra óptica da Oi, conforme entrevista à Coluna Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, em 24 de junho. Além disso, o executivo revelou naquela oportunidade que as negociações já aconteciam há alguns meses antes e que esperava uma oferta vinculante no segundo semestre. A procura, segundo ele, é alta. Ele também destacou que existe um apetite pelos ativos de infraestrutura e telecomunicações por parte de investidores globais. Sem citar nomes, ele incluiu fundos soberanos, de pensão e private equity.
Segundo informações do jornal O Globo de 22 de abril, a Oi tinha 1 milhão de clientes para internet fixa via fibra óptica, contra 200 mil em julho de 2019, resultado de intensificação de investimentos na área ano passado para ampliar a base de clientes e alcance. Uma das estratégias dos investimentos é permitir o reuso de rede, facilitando a empresa de fazer uma ágil expansão dos serviços pelo Brasil afora, tanto na oferta de conexões de ultra velocidade, assim como na oferta de soluções corporativas.
Mas há um risco relevante no negócio, segundo o Valor. A rede faz parte dos bens reversíveis da Oi por ser usada na telefonia fixa e banda larga, e não há definição de regras pela Anatel para o fim das concessões de telefonia fixa em 2025. De acordo com o jornal, o BTG avaliou que vale a pena correr o risco, e colocaria Amos Genish, sócio do banco e responsável pelo BTG Digital, como presidente do conselho de administração e executivo da InfraCo para implantar modelo semelhante ao que fez na GVT.
(Com contribuição de Reuters)