O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 22, e acumulou perdas nesta semana. O metal precioso foi pressionado pela alta do dólar ante rivais, enquanto operadores também monitoram posições hawkish do Federal Reserve (Fed). Para analistas, o ativo tem se mostrado resiliente no cenário atual.
O ouro para junho encerrou a sessão com perda de 0,71%, a US$ 1.934,30 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, a perda acumulada ficou em torno de 2%.
Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a dizer que uma alta de 50 pontos-base nos juros básicos é uma opção na próxima reunião, em maio. O Commerzbank pontua que o aumento nos juros dos Treasuries provavelmente têm reflexo de expectativas por taxas mais altas. Para o banco alemão, o fato do ouro não estar caindo ou lidando com pressão extrema diante desse cenário é um sinal de força. "Parece que os participantes do mercado não acreditam totalmente que o Fed irá ter sucesso em controlar a inflação com as altas de juros esperada".
O TD Securities, no entanto, avalia que os preços do metal estão "derretendo" com o Fed. O banco aponta que há "resiliência extrema" contra um Fed hawkish, em paralelo à guerra na Ucrânia e as incertezas geopolíticas. Mesmo com os maiores riscos de inflação e demandas por portos seguros de investidores, o TD avalia que há poucos participantes no mercado com apetite para compra do ouro. Hoje, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, disse que a inflação deve subir ainda mais no país, enquanto a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou que a inflação seguirá elevada "por mais um tempo" nos Estados Unidos.
Ainda, de acordo com reportagem da Bloomberg, depois de cinco anos, a London Metal Exchange (LME) planeja encerrar as negociações de ouro e prata no mercado futuro em julho. Os baixos volumes de operação em tais contratos foram citados como justificativa.
O avanço do dólar ante rivais também pressiona o metal, uma vez que torna as commodities mais caras para detentores de outras moedas.