Por Gibran Naiyyar Peshimam
CARACHI, Paquistão (Reuters) - Um cidadão paquistanês detido pelos Estados Unidos por 18 anos na Baía de Guantánamo, sem ter sido julgado pela suspeita de ligações com a Al Qaeda, voltou para casa no Paquistão neste sábado, afirmaram o Paquistão e os EUA.
Saifullah Paracha, um empresário da cidade de Carachi, foi detido inicialmente na Tailândia em julho de 2003 e levado à base militar dos EUA em Bagram, Afeganistão, antes de ser transferido em 2004 à estação naval norte-americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.
"Estamos felizes que um cidadão paquistanês detido no exterior está finalmente reunido com sua família", disse o ministério das Relações Exteriores do Paquistão em comunicado.
Aos 75 anos, ele era o preso mais velho em Guantánamo, segundo a Reprieve, um grupo de direitos humanos sediado em Londres que trabalhou no caso. Ele nunca foi indiciado.
O Departamento da Defesa dos EUA confirmou a repatriação. O órgão afirmou em comunicado que a detenção de Paracha não era mais necessária para proteção contra uma "ameaça significativa" à segurança dos EUA.
Paracha é o mais recente detento liberado de Guantánamo, uma prisão organizada após a invasão liderada pelos EUA ao Afeganistão em busca da rede da Al Qaeda por trás dos ataques em 11 de setembro de 2001.
A prisão atraiu condenação ao redor do mundo por deter muitos prisioneiros sem indiciá-los ou julgá-los. No auge, chegou a 800 detentos antes de começar a diminuir o número durante o governo Obama, de 2009 a 2017.
O Departamento de Defesa disse que 35 detentos permanecem na Baía de Guantánamo, dos quais 20 são elegíveis para transferência e três para uma revisão periódica. Nove estão envolvidos em processo em comissões militares e três condenados por comissões militares.