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Paralisação de mineroduto da Anglo deverá durar pelo menos 1 semana, diz CEO

Publicado 13.03.2018, 18:48
© Reuters. Logo da Anglo American em Rusternburg
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LONDRES/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Anglo American (LON:AAL) prevê que o mineroduto que transporta sua produção de minério de ferro de Minas Gerais até o Rio de Janeiro deverá ficar fora de operação por pelo menos uma semana, após o rompimento da estrutura, informou o presidente-executivo a investidores nesta terça-feira.

O rompimento ocorreu na manhã de segunda-feira, em Santo Antônio do Grama (MG), despejando 300 toneladas de uma polpa formada por uma mistura de minério de ferro com água em um córrego na região.

"Minha principal preocupação é com o meio ambiente", disse o CEO da Anglo American, Mark Cutifani, durante uma reunião com investidores em Londres, transmitida pela internet.

Na véspera, a empresa informou que suas atividades foram paralisadas devido ao incidente.

Antes de paralisar suas operações, a empresa estava produzindo a um ritmo anual de cerca de 17 milhões de toneladas, afirmou à Reuters o diretor de assuntos corporativos da Anglo American, Ivan Simões.

A Anglo é uma empresa importante no Brasil, mas sua produção está bem distante da da Vale (SA:VALE3), maior produtora global de minério de ferro, que produziu 366,5 milhões de toneladas em 2017.

A polpa, que vazou por aproximadamente 25 minutos, consiste de 70 por cento de minério de ferro e 30 por cento de água, segundo Simões, que afirmou que o produto não é tóxico e é classificado como não perigoso. A Anglo informou que não houve vítimas.

Segundo o executivo, após a interrupção do vazamento da polpa, o duto vazou apenas água por cerca de 11 horas até ser estancado.

O minério da Anglo é transportado da mina e da usina de beneficiamento, em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (MG), até o porto, em São João da Barra (RJ), ao longo de um mineroduto de 529 quilômetros, que atravessa 33 municípios mineiros e fluminenses.

Simões explicou que foram implantados filtros ao longo do córrego Santo Antônio para conter os sedimentos.

Além disso, a empresa explicou em nota que está sendo realizado monitoramento da qualidade da água, desde o córrego Santo Antônio, passando pelo rio Casca, até a sua confluência com o rio Doce.

Segundo a Anglo, não há percepção de sedimentos no rio Casca.

Com o fim do vazamento, tiveram início os procedimentos de reparo do duto. Dentre eles, a drenagem da área para possibilitar o acesso, retirada da parte trincada e substituição do segmento danificado.

Por conta do problema, houve interrupção do abastecimento de água da cidade, explicou Simões, que é feita por meio da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa (SA:CSMG3)).

"Nosso foco é estabilizar a situação e reestabelecer o fornecimento de água para a comunidade", afirmou Simões.

Por hora, segundo o executivo, a Anglo American vem disponibilizando água para os moradores por meio de caminhões pipa. Além disso, ele ressaltou, a mineradora também está fazendo a distribuição de água mineral às comunidades.

Simões declarou ainda que a empresa está fornecendo todas as informações necessárias às autoridades competentes.

INVESTIGAÇÃO

Mais cedo nesta terça-feira, o Ministério Público Federal informou que instaurou um inquérito civil para investigar o caso.

"Imediatamente após o rompimento de tubulação do mineroduto pertencente à empresa Anglo American... o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para investigar as causas e consequências do fato, assim como apurar responsabilidades", disse o órgão em nota.

© Reuters. Logo da Anglo American em Rusternburg

A empresa ainda investiga as causas do rompimento.

(Por Barbara Lewis e Marta Nogueira)

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