BRASÍLIA (Reuters) - O futuro presidente-executivo da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, prometeu nesta quinta-feira fazer uma gestão "estritamente profissional" na estatal, sem indicações políticas.
Em sua primeira entrevista como indicado para o posto, o ex-ministro da Casa Civil e do Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso disse que a empresa tem grandes desafios pela frente, mas que o processo de recuperação já foi iniciado pela atual diretoria.
"Não haverá indicações políticas na Petrobras, o que vai facilitar muito a vida do Conselho de Administração e a minha própria. Isso foi uma indicação clara que o presidente (interino Michel) Temer me passou e sem dúvida nenhuma foi um dos pontos que me ajudaram a decidir por essa opção de assumir essa posição", disse Parente, que atualmente preside o Conselho de Administração da BM&FBovespa (SA:BVMF3).
Parente ressaltou, contudo, que a atual diretoria, comandada por Aldemir Bendine, e o Conselho já deram início ao processo de recuperação da empresa, mas reconheceu que o desafio ainda é muito grande e que poderá indicar novos diretores.
Petroleira mais endividada do mundo, a Petrobras é protagonista do escândalo bilionário de corrupção investigado pela operação Lava Jato, envolvendo empreiteiras, executivos e políticos. A empresa também está sofrendo com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional.
"A Petrobras tem grandes desafios, questões muito relevantes em andamento, mas é um trabalho que já teve início... o presidente Bendine, junto com o Conselho de Administração da empresa, vem trabalhando arduamente na direção de endereçar essas questões e desafios", disse Parente.
Ele destacou a emissão da Petrobras no mercado internacional nesta semana com um sinal de "confiança" do mercado na estatal. Afastada desde junho do mercado global de capitais, a Petrobras captou nesta semana 6,75 bilhões de dólares em títulos de cinco e 10 anos.
Inicialmente, Pedro Parente será indicado como membro do Conselho de Administração pelo governo, acionista controlador, para que possa ser aprovado pelo colegiado como presidente-executivo. Ele disse que, se não houver conflito de interesse, gostaria de permanecer como presidente do Conselho da BM&FBovespa para concluir o processo de fusão com a Cetip (SA:CTIP3).
Parente disse que não poderia dar detalhes sobre o que pretende fazer na estatal, por não ter informações, inclusive sobre o programa de desinvestimentos e uma eventual necessidade de aporte do Tesouro Nacional.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)