VARSÓVIA (Reuters) - O partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que governa a Polônia, não participará dos debates eleitorais organizados pela emissora privada TVN 24, informou a legenda nesta sexta-feira, acusando a emissora de propriedade da Warner Bros de ser parcial e favorecer a oposição.
A recusa ocorre no momento em que Donald Tusk, o líder do maior partido da oposição, a Plataforma Cívica (PO), convocou o líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, para o enfrentar pessoalmente antes das eleições parlamentares de 15 de outubro.
“Esta emissora mostrou que toma ativamente partido no debate político na Polônia, fazendo campanha de fato para políticos ligados a Donald Tusk”, afirmou o PiS em um comunicado publicado na plataforma de rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
A TVN 24, o maior canal de notícias privado da Polônia, disse numa publicação no X que o PiS estava mostrando “desrespeito pelos eleitores” ao se recusar a participar do debate.
“Os argumentos utilizados são uma tentativa de limitar a independência e a liberdade dos meios de comunicação social e de evitar responder às perguntas substanciais dos jornalistas”, afirmou.
A liberdade dos meios de comunicação é uma questão acompanhada de perto na Polônia, com observadores dizendo que os partidos competem num campo de jogo desigual e acusando o PiS de ter usado os seus oito anos no poder para transformar as emissoras públicas em porta-vozes do partido do governo.
A Polônia ocupa o penúltimo lugar entre os seus pares da União Europeia, pouco acima da Hungria, num índice de liberdade de imprensa compilado pela organização Repórteres Sem Fronteiras.
(Reportagem de Alan Charlish e Marek Strzelecki)