(Reuters) - A termelétrica Marlim Azul (SA:AZUL4), no Rio de Janeiro, projetada para utilizar gás do pré-sal, poderá ter a capacidade triplicada ou até quadruplicada no futuro, disse nesta quinta-feira um executivo da Pátria Investimentos, sócia do empreendimento junto à petroleira Shell e à Mitsubishi Hitachi Power Systems.
A usina, que terá 565 megawatts, tem investimentos estimados em 700 milhões de dólares, com previsão de entrada em operação até 2022.
O projeto foi viabilizado inicialmente pela Mitsubishi, com a venda antecipada da produção em um leilão de energia realizado pelo governo brasileiro em dezembro de 2017.
"Já temos licenciados ali na mesma localidade outros projetos que podem triplicar ou até quadruplicar essa capacidade", disse o diretor da área de Infraestrutura do Pátria Investimentos, Marcelo Souza, ao participar de evento da GE sobre o setor de energia, transmitido online.
Ele afirmou ainda que a ideia é criar um "cluster" termelétrico na região, junto com os parceiros, mas não apresentou projeções sobre em que prazo seria possível efetivar o potencial de expansão.
Souza afirmou ainda que não faltam investidores interessados em colocar recursos em projetos de energia no Brasil, mas projetou um forte aumento do apetite de estrangeiros caso o país logre êxito em seu desejo de fazer parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Do ponto de vista de investimento (estrangeiro) direto para o Brasil, a gente tem atraído algo como de 70 a 80 bilhões de dólares/ano nos últimos anos. Se o Brasil, por exemplo, consegue entrar para a OCDE... acho que é um passo muito importante, pode dobrar esse volume de investimentos, de 70 bilhões para algo como 150 bilhões de dólares", disse.
Durante visita aos Estados Unidos no mês passado, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro conseguiu um compromisso do presidente norte-americano Donald Trump de apoiar a entrada do país na OCDE. Em troca, os EUA exigiram que o Brasil deixe a lista de países com tratamento especial e diferenciado da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além da termelétrica no Rio de Janeiro, o Pátria Investimentos também tem colocado recursos em projetos de transmissão de energia, por meio da controlada Argo, e em soluções de geração temporária, por meio da Tecnogera.
(Por Luciano Costa, de São Paulo)