Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - O lucro trimestral do Grupo BTG Pactual, maior banco de investimentos independente da América Latina, ficou abaixo das estimativas, com o aumento das provisões para perdas com empréstimos.
O lucro líquido da companhia totalizou 848 milhões reais no trimestre, abaixo da estimativa média de 875 milhões de reais em uma pesquisa da Reuters com analistas.
A alíquota de imposto de renda do BTG caiu para 7,1 por cento no trimestre, ajudando o banco a ofuscar o impacto das tendências de piora do mercado de crédito e rendimentos fracos de assessoria financeira. As despesas operacionais ficaram bem abaixo das estimativas, impulsionando o lucro do BTG Pactual.
Os empréstimos corporativos, uma linha importante da receita, caíram para 97 milhões de reais, o resultado mais baixo em mais de três anos, enquanto o BTG Pactual reduziu a exposição de crédito e elevou as provisões na esteira do pedido de recuperação judicial da Eneva. O banco não revelou as provisões para perdas com empréstimos no trimestre, mas as estimativas de analistas eram de cerca de 200 milhões de reais.
A Eneva não foi o único grande mutuário no Brasil que enfrentou problemas com refinanciamentos. Empresas de serviços de engenharia, construção naval e petróleo viram o acesso aos mercados de capitais abreviado após as denúncias de corrupção na Petrobras, com a operação Lava Jato.
A receita líquida ficou em 1,586 bilhões de reais, o menor resultado em cinco trimestres e bem abaixo da previsão de analistas de 1,865 bilhão de reais.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido foi de 18,4 por cento no trimestre, abaixo das previsões de 19 por cento e da projeção de longo prazo de 20 por cento.