Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A energia eólica offshore é uma das alternativas em estudo pela Petrobras (SA:PETR4) para sua atuação no longo prazo, à medida que empresas buscam a transição energética para uma economia de baixo carbono, disse o presidente da petroleira, José Mauro Coelho, durante evento nesta quarta-feira.
"Outra oportunidade em estudo é a geração de energia eólica offshore, o Brasil tem grande potencial, isso traz sinergias importantes com a experiência, competência e liderança da Petrobras no ambiente marinho, especialmente em águas profundas e ultraprofundas", afirmou ele, na abertura do Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes.
Ao citar possibilidades de investimento em uma economia de menos emissões de carbono, ele disse que a energia eólica no mar está "em estudo para a atuação da companhia no longo prazo".
O executivo, que assumiu o cargo em abril, ainda lembrou que em 2020 a Petrobras assinou carta de intenções com a norueguesa Equinor para explorar um projeto de energia eólica no mar.
"Desde então a Petrobras está cooperando no desenvolvimento de projeto eólico offshore de Aracatu, no Bacia de Campos, com capacidade de geração de aproximadamente 4 gigawatts só neste projeto", ressaltou.
Presente no evento, o ministro de Meio Ambiente, Joaquim Leite, citou o potencial de cerca de 700 GW para energia eólica offshore no Brasil, o equivalente a "50 Itaipus", mas que ainda não deslanchou.
No início de janeiro, o governo federal editou um decreto que abriu espaço para o desenvolvimento da geração de energia eólica em alto mar no país, tecnologia bastante adotada na Europa e que entrou no radar de grandes investidores para projetos no Brasil.
Além de Equinor, a Shell (NYSE:SHEL) e empresas como a Neoenergia (SA:NEOE3) têm interesse no desenvolvimento de empreendimentos offshore.
A Shell, por exemplo, já solicitou licença ambiental para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para realizar geração de energia eólica no mar em seis Estados do Brasil.
BIOCOMBUSTÍVEIS
O CEO da Petrobras lembrou também que a companhia tem uma governança dedicada à diversificação de investimentos buscando avançar na análise de novos negócios, "contribuindo para a sustentabilidade da companhia no longo prazo".
Ele citou que a Petrobras prevê em seu plano de negócios avançar na produção de biocombustíveis "avançados".
"Será uma nova geração de combustíveis, sustentáveis e de alta qualidade, como por exemplo o diesel renovável, o diesel verde e o bioqueresene de aviação", comentou.
Entre as iniciativas está o "diesel verde" a partir do coprocessamento com o diesel, que aguarda aprovação regulatória.
(Por Roberto Samora)