Um ataque hacker atingiu o oleoduto Colonial, maior rede de transportes de combustíveis dos Estados Unidos. Com 8.850 quilômetros, a rede atende boa parte da Costa Leste do país. A notícia beneficiou as brasileiras Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE3).
A confirmação do ataque foi dada pela empresa gestora do oleoduto na sexta-feira (7). No entanto, até a manhã desta segunda-feira (10) o problema não havia sido resolvido.
Por conta da situação, o governo federal decretou estado de emergência. O decreto atinge 17 Estados do país e suspende as restrições de horário para o transporte rodoviário de combustíveis, entre outras medidas.
Grupo hacker responsabilizado pelo ataque
Segundo fontes, o ataque teria ocorrido no final da quinta-feira (6). Os responsáveis fariam parte do grupo DarkSide, que ficou famoso por doar Bitcoins a empresas de caridade em 2020.
Os ataque ocorreu porque os hackers encontraram uma maneira de penetrar no sistema. Uma das possibilidades é que eles tenham descoberto logins e senhas de funcionários do oleoduto por meio de aplicativos de acesso remoto, como o TeamViewer.
A DarkSide afirma que tem como alvo apenas grandes corporações, e o oleoduto Colonial se encaixa bem neste grupo. Este ataque foi considerado o pior já realizado contra a infraestrutura dos EUA.
As operações foram paralisadas há três dias com o objetivo de evitar danos maiores ao sistema. Ainda não há previsão para que a operação do sistema seja retomada.
Ataque “beneficia” empresas brasileiras
O oleoduto transporta mais de 2,5 milhões de barris de óleo por dia. Essa cifra corresponde a 45% do abastecimento de diesel, gasolina e querosene de aviação da costa leste dos EUA.
Nesse cenário, as ações de mineradoras e empresas de petróleo viram suas cotações disparar no Brasil. Petrobras e Vale operam em alta nesta segunda-feira (10), atingindo 1,6% e 3,61%, respectivamente.
Por causa de sua importância, o ataque trouxe receios ao mercado. A principal preocupação é com os preços dos combustíveis, que pode subir caso a situação demore a ser revertida. Afinal, o risco é de haver uma grande escassez do produto.
Uma interrupção prolongada do sistema pode levar o galão de combustível nos EUA a novas máximas. O temor é que o preço supere os US$ 3 (R$ 15,69 na cotação atual) pela primeira vez desde 2014.