Petrobras estuda investimentos em transição energética no exterior

Publicado 17.05.2023, 13:47
Atualizado 17.05.2023, 13:50
© Reuters. Turbinas eólicas offshore na Alemanha
23/03/2023
Christian Charisius/REUTERS

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) estuda investir em projetos de transição energética em parceria com outras empresas no exterior, como parte de estratégia adotada pela nova gestão, que visa reduzir sua exposição ao setor de petróleo e gás, disse nesta quarta-feira o diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim.

Nessa linha, a petroleira já iniciou conversas com empresas no exterior, principalmente petroleiras, mas ainda "não tem nada de concreto", pontuou Tolmasquim. Tais projetos precisam ser aprovados no âmbito do próximo plano de negócios 2024-2028, previsto para ser publicado no fim do ano.

"É uma possibilidade, é claro que a gente precisa ainda mudar o plano estratégico, esse plano estratégico vai seguir essa linha, eu estou me antecipando... há essa possibilidade", disse Tolmasquim, após participar do evento Argus Rio Crude Conference, no Rio de Janeiro.

A Petrobras e a norueguesa Equinor disseram recentemente que estudam a possibilidade de instalar um parque eólico em alto mar no Brasil. O mega projeto de energia renovável ficará em fase de estudos até 2028.

O investimento em projetos no exterior, segundo Tolmasquim, seria uma "maneira de rapidamente colocar alguns empreendimentos" em seu portfólio em setores para os quais o Brasil ainda não tem um marco regulatório estabelecido, como é o caso do segmento de eólicas offshore (marítimas).

"Permite (ainda) ganhar experiência em área que a gente está começando e lá fora está mais avançado", disse o executivo.

Outros tipos de projetos, como hidrogênio e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês) também são considerados, segundo Tolmasquim.

O diretor adiantou ainda que o próximo plano de negócios poderá considerar investimentos da empresa em geração elétrica renovável em terra, em projetos que a companhia poderia colocar em operação mais rapidamente, além de serem atrativos e rentáveis.

Nesse caso, segundo Tolmasquim, poderiam ser projetos para a venda de energia via leilão ou negociação no mercado livre.

Durante sua palestra no evento, Tolmasquim ponderou que os investimentos em transição energética ainda dão retornos inferiores em relação ao petróleo, mas que serão feitos de forma que mantenham a empresa atrativa, inclusive por um período mais longo, considerando uma queda da demanda por óleo no futuro.

"Diversificar o portfólio é fundamental para a gente enfrentar no futuro períodos em que o preço de petróleo estará mais baixo, reduz risco, é não colocar todos os ovos em uma mesma cesta", disse Tolmasquim.

No curto prazo, porém, a petroleira permanecerá mais voltada para o petróleo e gás.

 

(Por Marta Nogueira)

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