Investing.com - A estatal brasileira de petróleo Petrobras (BVMF:PETR4) divulga balanço referente ao segundo trimestre deste ano nesta quinta-feira, 03 de agosto, diante da repercussão de nova estratégia de distribuição de proventos. A conferência de resultados está marcada para o dia seguinte, 04 de agosto, às 10h30 (horário de Brasília).
“Boa parte das atenções também estarão voltadas para os possíveis dividendos, com alteração de política ajustada na última sexta-feira, com caráter vigente, passando de 60% para 45% do fluxo de caixa livre da empresa”, lembra Sidney Lima analista da Ouro Preto Investimentos.
A média das estimativas de analistas compiladas pela plataforma InvestingPRO é de um lucro por ação de R$2,23, com receita projetada em R$114 bilhões. Na última divulgação, o LPA foi superior, assim como a receita.
Fonte: InvestingPRO
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Produção e vendas no 2T23
A estatal de petróleo informou que a produção média de óleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural foi de 2,64 MMboed entre os meses de abril e junho, inferior ao primeiro trimestre em 1,5%. A diminuição teria sido motivada pelo “maior volume de perdas por paradas e manutenções, do declínio natural de campos maduros e de desinvestimentos, efeitos parcialmente compensados pelo ramp-up da P-71, no campo de Itapu, e pelo início de produção dos FPSOs Almirante Barroso, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos e Anna Nery, no campo de Marlim, além de novos poços de projetos complementares, na Bacia de Campos”, destacou a petroleira no seu relatório de produção e vendas.
A prévia operacional indicou ainda que a produção no pré-sal bateu novo recorde trimestral de 2,06 MMboed, o equivalente a 78% da produção total da companhia. Ao finalizar os primeiros três meses do ano, registrou recorde anterior de 2,05 MMboed.
O que dizem os analistas
O resultado da Petrobras tende a ser impactado negativamente por conta da queda no preço do petróleo frente ao mesmo período do ano passado, lembra Sidney Lima. A depreciação do dólar também deve afetar a receita, em sua visão. “Recentemente, o relatório de produção e vendas da Petrobrás do segundo trimestre de 2023 apontou uma queda no nível de produção de óleo e gás da companhia, que alcançou menor volume trimestral desde 2019, e uma menor produção tende a trazer uma menor receita”.
A margem também pode ser afetada devido ao que Lima cita como “distorção na paridade de preços praticada pela Petrobras”, com as “últimas manobras de redução de preços mais agressivos no mercado interno reportados pela empresa, dos quais distorcem da precificação do petróleo no mercado internacional”.
Luan Alves, analista-chefe da VG Research, lembra que, na prévia de resultados, a primeira com a nova estratégia de preços de combustível da companhia, a taxa de utilização das refinarias aumentou para 91%, a maior impressão desde o fim do governo Dilma. “A companhia também aumentou o seu volume de importação e vendas de gasolina e ficou com preços mais baixos em relação à paridade de importação nesse trimestre. O segmento de exploração e produção reportou uma produção de 2,6 milhões de barris por dia, a produção pré-sal segue forte”.
Com quedas nos preços do petróleo, a VG projeta uma redução no Ebitda da companhia, que deve atingir aproximadamente R$59 bilhões. “Nós esperamos que a companhia divulgue dividendos nesse próximo balanço. Nossa expectativa é de US$3 bilhões, o que implicaria em um dividend yield de 3,2%, ou seja, R$1 por ação nesse trimestre”, aponta a VG.
Com a visibilidade sobre a rentabilidade atual do negócio de refino ainda baixa, a expectativa é de que as margens do segmento sejam um dos principais pontos de atenção do mercado, “possivelmente proporcionando uma melhor avaliação das intenções da administração em relação ao crescimento de market share”, espera Heitor De Nicola, especialista em renda variável e sócio da Acqua Vero.
Também devido às baixas nos preços do petróleo, a Acqua Vero espera uma queda de 23% na base trimestral do Ebitda, chegando a R$57,1 bilhões, ou US$11,5 bilhões. Além disso, estima uma receita líquida de US$ 21 bilhões e lucros de US$ 5,3 bilhões.
Em sua visão, a produção do pré-sal não conseguiu compensar os declínios da produção onshore e pós-sal. No entanto, no acumulado do ano, a produção consolidada está em linha com o guidance. “As perdas de estoque também devem contribuir para o resultado mais fraco, compensando os custos competitivos de extração de US$ 7,4/boe”, completa de Nicola.
Fonte: InvestingPRO
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