RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) prevê elevar suas exportações de petróleo para acima de 800 mil barris por dia (bpd) nos próximos anos, contra os 600 mil (bpd) vendidos no primeiro semestre deste ano, disse em nota nesta sexta-feira a diretora-executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Quintão Lara.
Como parte do plano, a empresa ampliou nesta semana sua presença na China, responsável por 75% das vendas externas da petroleira estatal, com a inauguração na quarta-feira de uma tancagem de óleo cru no Porto de Qingdao, na importante província chinesa Shandong.
A partir dos quatro tanques alugados no local, com capacidade total de dois milhões de barris de óleo cru, a empresa planeja ter mais flexibilização dos volumes dos lotes, dos prazos de negociação e das condições de pagamento, permitindo alcançar novos clientes.
"O desenvolvimento de novos mercados para o petróleo do pré-sal é condição essencial para a Petrobras, frente a um cenário de aumento das exportações que indica volumes acima de 800 mil barris por dia para os próximos anos", disse Anelise Quintão Lara, em nota publicada pela Petrobras.
A Petrobras tem trabalhado para ganhar mercado entre as refinarias independentes privadas chinesas, conhecidas como "teapots", que somam mais de 50 e estão concentradas no nordeste da China, na província de Shandong e regiões adjacentes.
Atualmente, 41 das refinarias chinesas independentes estão autorizadas a trabalhar com petróleo estrangeiro, com uma quota total de importação de mais de 2,5 milhões de bpd, detalhou a empresa. Do total exportado pela Petrobras para a China, 38 por cento são destinados para essas empresas.
Segundo a Petrobras, desde 2015, quando o governo chinês permitiu que refinarias independentes importassem petróleo, a Petrobras consolidou um portfólio de 19 refinadores independentes para venda de correntes de óleos médios, provenientes dos campos do pré-sal.
(Por Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)