Investing.com – O banco de investimento Jefferies elevou a recomendação das ações da Petrobras (BVMF:PETR4) de “manutenção” para “compra”, citando uma melhora na relação risco-retorno, atribuída ao foco crescente da companhia em disciplina de capital e racionalização de custos.
A mudança ocorre após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que evidenciaram uma estratégia centrada no controle de despesas e na priorização de investimentos em projetos com maior retorno, especialmente considerando o patamar atual dos preços do petróleo.
Durante a teleconferência de resultados, a CEO, Magda Chambriard, destacou um novo direcionamento da companhia voltado à simplificação de projetos, redução de custos e alocação eficiente de capital, preservando o foco nos ativos do pré-sal e nas atividades de exploração.
Na avaliação do Jefferies, o compromisso da Petrobras com uma política de dividendos baseada na distribuição de 45% do fluxo de caixa livre, com projetos ancorados em ponto de equilíbrio de US$ 45 por barril, representa um mecanismo relevante de proteção contra oscilações negativas.
O banco também apontou que uma postura mais rigorosa na gestão de investimentos pode gerar uma redução estimada de 15% no plano de negócios 2026-2030, abrindo espaço para uma geração de caixa adicional capaz de sustentar dividendos anuais na faixa de US$ 6 a 7 bilhões.
Segundo os analistas, o início da operação de novas unidades de produção também reforça a tese de valorização. A entrada em operação de duas FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência), Mero 4 e Búzios-6/P-78, está prevista para o segundo semestre de 2025.
“Esses ativos, juntamente com o FPSO Almirante Tamandaré, que já iniciou produção no campo de Búzios, devem permitir à Petrobras ampliar sua produção no curto prazo, o que pode gerar revisões positivas na meta de crescimento para o ano fiscal de 2025, atualmente projetada em +5%”, escreveram os analistas liderados por Alejandro Anibal Demichelis.
Outro ponto destacado no relatório foi a avaliação da companhia. As ações da Petrobras acumulam queda de 28% nos últimos doze meses, desempenho que ficou bem abaixo do registrado por empresas do mesmo setor.
“Consideramos que os papéis estão sendo negociados com múltiplos conservadores, em comparação com suas médias históricas. Vemos espaço para uma reprecificação no curto prazo, à medida que o mercado absorve a sinalização de uma alocação de capital mais criteriosa”, afirmaram os analistas.
O Jefferies manteve os preços-alvo em US$ 15,30 para as ações ordinárias e US$ 14,30 para as preferenciais, o que implica potencial de valorização de cerca de 26% e 25%, respectivamente.
No primeiro trimestre de 2025, a Petrobras reportou um EBITDA recorrente ajustado de US$ 10,7 bilhões, aproximadamente 3% abaixo do consenso da Bloomberg. O desempenho robusto da área de exploração e produção foi parcialmente compensado por margens mais comprimidas no refino. O fluxo de caixa livre avançou para US$ 4,5 bilhões, ante US$ 3,8 bilhões no trimestre anterior, o que permitiu à companhia elevar o dividendo ordinário para US$ 0,32 por ADR, frente aos US$ 0,24 distribuídos no quarto trimestre de 2024.
Às 13h30 de Brasília, as ações preferenciais da Petrobras caíam 0,25%, a R$ 31,83.