Por Gabriel Codas
Investing.com - A queda no preço do barril do petróleo, em mais um dia negativo nos mercados acionários por todo o mundo, faz com que as ações da Petrobras (SA:PETR4) operem com forte queda nesta quarta-feira. Por volta das 12h28, os papéis preferenciais caíam 10,31% a R$ 11,66, enquanto os ordinários despencavam 11,62% a R$ 11,56.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o UBS destaca que, embora a Petrobras já tenha apresentado guidance de capex US$ 8,4 bilhões abaixo dos números observados no plano 2019/23, com o novo cenário é provável que a empresa reduza ainda mais seus investimentos, adiando seu capex para o período em que os preços do petróleo começarem a recuperar.
Agora, a equipe acredita que o programa de desinvestimento levará mais tempo para ser concluído, pois os participantes de petróleo e gás devem ter seu apetite por investimentos reduzido. Consequentemente, a desalavancagem da Petrobras também deve ocorrer em um ritmo mais lento.
Para eles, os múltiplos da empresa devem ser pressionados, assim como uma desvantagem considerável em suas finanças. Apesar das melhorias contínuas apresentadas nos custos de elevação, é provável que o novo cenário de preços reduza significativamente os retornos em E&P.
O UBS aponta uma perspectiva positiva do caso de investimento devido ao forte FCF, apoiado pelo crescimento da produção, uma mentalidade racional de capex e preço de combustível doméstico alinhado à paridade internacional; e seu plano de desinvestimento que reduzirá sua alavancagem e poderá reduzir a interferência futura do controlador, levando a uma mudança do valor da dívida para o valor do patrimônio.
Anteriormente, os analistas acreditavam que essa tese era provável até meados de 2021, até que a maior parte do desinvestimento seja concluída. No entanto, como já havia sinalizado, com os preços mais baixos do petróleo, o caso de investimento da Petrobras pode mudar em relação ao divulgado recentemente.
Plano de negócios
Ontem, a Reuters noticiou que a Petrobras avaliará a possibilidade de ajustes de curto prazo no seu plano negócios, que inclui investimentos e desinvestimentos para um período de cinco anos, enquanto a crise gerada pelo coronavírus e uma guerra de preços de petróleo declarada por sauditas derrubam as cotações da commodity para mínimas desde 2016.
“Vamos avaliar a necessidade de ajustes no plano no curto prazo, mas no médio prazo achamos que a situação se normaliza”, disse uma fonte da companhia, na condição de anonimato.
Para a pessoa, o cenário ainda é incerto, e a empresa trabalha até mesmo com uma possibilidade de recuperação nos preços do petróleo, ao final do ano.
Petróleo
Os preços do petróleo caíam pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, com os futuros nos Estados Unidos tocando mínima de 17 anos à medida que restrições a viagens e medidas para isolamento social se espalham para tentar conter a disseminação do coronavírus.
O petróleo Brent recuava 2,46 dólares, ou 8,63%, a 26,28 dólares por barril, às 12h03 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 3,76 dólares, ou 13,87%, a 23,54 dólares por barril.