O possível fim do monopólio do mercado de refino no Brasil pela Petrobras (SA:PETR3; PETR4) é uma ótima notícia para a estatal, apesar de esta lógica, a princípio, parecer equivocada. A empresa anunciou no final da semana passada o plano de venda de oito refinarias, de uma rede de postos no Uruguai e de parte da participação na BR Distribuidora (SA:BRDT3).
As unidades disponíveis para negociação representam cerca de metade da capacidade total do Brasil (1,1 milhão de barris por dia), o que está muito superior ao equivalente a 25% anteriormente proposto para o desinvestimento. Além disso, a Petrobras irá vender o percentual total de cada uma delas, contra uma fatia de 60% vista antes.
Segundo uma análise publicada nesta segunda-feira (29) pelo BTG Pactual, os ativos poderiam valer US$ 15 bilhões. Este valor possivelmente não contempla quaisquer ativos de logística e comercialização relacionados.
Por que isso é bom? O primeiro ponto é a continuidade da redução do endividamento da empresa. O possível valor arrecadado, quando aliado às vendas de US$ 10,3 bilhões já anunciadas no início de 2019, pode levr o nível de alavancagem da Petrobras a 1,5 vez (Valor da empresa sobre o Ebitda) até o final do ano.
“Além disso, vemos a venda de refinarias como o desinvestimento mais importante da Petrobras, não apenas devido a seu tamanho, mas também por que a sua posição monopolística em refino foi possivelmente a principal razão para a interferência em sua política de preços”, explicam os analistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Daniel Guardiola.