Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou no azul, após sessão volátil, marcada pela disparada das ações da Petrobras em meio à cobertura de posições vendidas e forte queda dos papéis de bancos por apreensão acerca de tributação no setor.
A revisão da perspectiva do rating do Brasil por uma agência de classificação de risco corroborou a instabilidade no pregão.
O Ibovespa encerrou com alta de apenas 0,26 por cento, mas suficiente para renovar a máxima desde 28 de novembro ao marcar 53.802 pontos. Ao longo do dia, subiu 0,64 por cento na máxima e caiu 0,69 por cento na mínima. O volume financeiro somou 6,7 bilhões de reais.
As ações da Petrobras dispararam mais de 9 por cento, com operadores atrelando o movimento principalmente à cobertura de posições vendidas (short squeeze) diante da chance de o balanço auditado da empresa sair em cerca de 10 dias.
Nem o comunicado da estatal de que "não há data definida para a divulgação" dos dados freou o avanço. As preferenciais fecharam em alta de 9,06 por cento e Petrobras ON subiu 9,28 por cento, nas maiores altas dos papéis desde 3 de fevereiro.
O salto nos papéis da estatal foi ofuscado pelo declínio dos bancos após a revista Exame dizer que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) teria sido avisada informalmente que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quer elevar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras.
De acordo com o texto da revista, a alíquota seria elevada de 15 para 17 por cento.
As preferenciais do Itaú Unibanco e Bradesco (SA:BBDC4), que respondem por quase 20 por cento do Ibovespa, caíram 2 e 1,79 por cento, respectivamente. Banco do Brasil cedeu 3,66 por cento e Santander Brasil perdeu 2,42 por cento.
A corretora Brasil Plural calculou que o impacto negativo da medida, se confirmada, para o Itaú seria de 3 por cento do lucro líquido estimado pela corretora para o ano, enquanto para o Bradesco, seria de 3,1 por cento do lucro. No caso do BB, o efeito seria de 3,6 por cento e do Santander, de 1,7 por cento.
A quinta-feira ainda incluiu relatório do Credit Suisse cortando a recomendação de Itaú, Bradesco, BB e Itaúsa para "neutra" ante "outperform", com redução dos respectivos preços-alvos.
A agência de classificação de risco Fitch pesou do lado negativo ao manter rating brasileiro em "BBB", mas reduzir a perspectiva da nota para negativa, ante estável, citando a contínua fraqueza econômica no país, maior desequilíbrio macroeconômico e deterioração fiscal.
Os papéis da Vale fecharam sem um rumo único, com as preferenciais caindo 0,38 por cento, enquanto os ordinários subiram 0,27 por cento, em meio a um cenário ainda negativo para o minério de ferro. O ADR da mineradora teve preço-alvo reduzido pelo Credit Suisse.
BR Properties caiu 2,47 por cento. A empresa divulgou que seu comitê independente propôs ao Fundo Bridge submeter a assembleia de acionistas dispensa de aplicação da cláusula de "pílula de veneno" para todos os interessados em formular oferta de aquisição de ações da companhia.
Veja as maiores altas e baixas do Ibovespa nesta quinta-feira:
ALTAS
Ação Preço(R$) Variação
PETROBRAS ON 11,54 9,28%
PETROBRAS PN 11,56 9,06%
RUMO LOG ON 1,63 4,49%
MARCOPOLO PN 2,47 4,22%
FIBRIA ON 45,11 4,18%
ESTACIO PART ON 20,7 3,86%
CEMIG PN 13,92 2,81%
SUZANO PAPEL PNA 14,52 2,61%
CCR RODOVIAS ON 16,6 1,9%
ENERGIAS BR ON 11 1,66%
BAIXAS
Ação Preço(R$) Variação
BRASIL ON 23,46 -3,66%
OI PN 6,3 -3,37%
BRASKEM PNA 12,06 -2,98%
EVEN ON 4,42 -2,86%
CYRELA REALT ON 13,68 -2,77%
GOL PN 7,94 -2,7%
BR PROPERT ON 12,25 -2,47%
SANTANDER BR UNT 14,91 -2,42%
BR MALLS PAR ON 17,9 -2,19%
BRADESCO ON 31,2 -2,07%