SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) vê potencial aumento de 44% na sua produção de diesel S-10 até 2030, em relação ao projetado para este ano, à medida que realiza investimentos para atender a demanda crescente nos próximos anos, de acordo com apresentação da empresa divulgada ao mercado nesta terça-feira.
A petroleira prevê potencial produção do combustível de 948 mil barris/dia em 2030, ante 658 mil barris/dia em 2024.
Nos primeiros nove meses de 2023, a Petrobras abocanhou 59% do mercado do "ciclo diesel" do Brasil com sua produção, enquanto as importações da estatal ficaram com 7%. Outros players locais brasileiros, como a refinaria de Mataripe, ficaram com 11% do volume comercializado, praticamente o mesmo volume da importação por terceiros (12%), segundo números divulgados pela empresa. O biodiesel respondeu por 11%.
A companhia relatou que os investimentos em ampliação de capacidade de diesel S-10, em adaptações das unidades, somam mais de 600 milhões de dólares. É esperada a entrada de nova unidade da Replan (Paulínia-SP) em operação em 2025, enquanto uma adequação da Revap (em São José dos Campos-SP) entrará em 2026.
O Gaslub, no Rio de Janeiro, também focará em adicionar capacidade de conversão para a produção de diesel S-10.
Já a ampliação da Rnest, em Pernambuco, é vista como o principal projeto para adição de capacidade de combustíveis da companhia, segundo apresentação da empresa.
A Petrobras também afirmou que pretende ser um "player" relevante no mercado mundial de biocombustíveis no longo prazo, disse a companhia citando o ano de 2040.
O objetivo é viabilizar a inserção de produtos de baixo carbono na cadeia de combustíveis, "visando a manutenção de mercado em segmentos de difícil eletrificação".
A companhia investirá em unidades dedicadas para a produção de SAF (combustível sustentável de aviação) e de diesel 100% renovável, nas refinarias de Cubatão e no Gaslub.
Enquanto isso, a empresa avançará em investimentos na produção de diesel com 5% de conteúdo renovável (R5) nas unidades de Cubatão, Paulínia e Reduc (Rio de Janeiro). A refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar, no Paraná) já faz a comercialização do produto.
De acordo com o Plano Estratégico 2024-28, no segmento de biorrefino a Petrobras investirá cerca de 1,5 bilhão de dólares.
EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Em meio à transição energética para uma economia de baixo carbono, a Petrobras disse ainda que busca ampliar suas reservas de petróleo, até como forma de financiar os investimentos em energia renovável.
Para isso, projeta até 2028 16 poços na nova fronteira da Margem Equatorial (BVMF:EQTL3) do Brasil e outros seis na Colômbia.
A Petrobras atua em cinco bacias exploratórias na Margem Equatorial, sendo quatro no Brasil e uma na Colômbia. Na região da Foz do Amazonas, onde a empresa ainda depende de licenças ambientais, ela detém seis blocos.
(Por Roberto Samora)