Os preços do petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, 22, em uma sessão marcada pelas incertezas pelos futuros cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Nos últimos dias, perspectivas na redução da produção visando aumentar os preços da commodity vinham se consolidando, no entanto, o adiamento da próxima reunião do grupo levantou questões sobre a real capacidade de coordenar cortes. Além disso, um dólar fortalecido ante rivais também pressionou o petróleo, que é cotado na divisa americana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para janeiro encerrou a sessão em queda de 0,86% (US$ 0,67), a US$ 77,10. Na Intercontinental Exchange, o barril do Brent para o mesmo mês caiu 0,59% (US$ 0,49), a US$ 81,96.
A Opep adiou a sua reunião enquanto tenta resolver um desentendimento sobre a produção dos países africanos, segundo os delegados. A Opep os aliados deveriam se reunir no domingo para debater os níveis de produção no próximo ano, mas o encontro foi adiada por quatro dias.
Angola e Nigéria, os maiores produtores africanos do cartel, discordam até agora das estimativas de produção fornecidas por analistas terceiros, disseram estas pessoas. Uma reunião anterior, em junho, quase fracassou quando os dois países africanos entraram em confronto com o maior produtor do grupo, a Arábia Saudita, sobre o seu nível de produção.
Para o analista da Oanda Craig Erlam, o fato de o preço ter caído devido a isto sugere que os traders acreditam que poderá não haver um acordo total sobre a escala dos cortes na produção no próximo ano. "O grupo conseguiu restringir o mercado com sucesso ao longo do último ano, empurrando os preços muito para cima no processo, mas talvez a aliança não seja tão unificada quando se trata de mantê-los em funcionamento", avalia.
Enquanto isso, os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram 8,7 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam alta de 100 mil barris.
Nos riscos geopolíticos, o governo de Israel aprovou um acordo com o Hamas que prevê uma trégua temporária no conflito na Faixa de Gaza e a libertação de 50 reféns. Apesar de um cessar-fogo de quatro dias, os israelenses enfatizaram que o conflito continuará para assegurar a "eliminação" do Hamas.