Por Marta Nogueira
BELO HORIZONTE (Reuters) -A australiana Pilbara Minerals, maior produtora independente de lítio de rocha dura do mundo, acredita que o norte de Minas Gerais poderá se tornar uma "região fantástica e potencialmente líder em lítio", disse nesta quarta-feira o CEO da companhia, Dale Henderson.
A Pilbara anunciou no mês passado sua intenção de adquirir 100% da Latin Resources e seu Projeto de Lítio Salinas em Minas Gerais, por um valor de 370 milhões de dólares.
"Parte da atração de vir ao Brasil e à região é... porque achamos que é o começo do que pode ser uma região fantástica e potencialmente líder em lítio", afirmou Henderson.
Questionado durante entrevista em congresso em Minas Gerais se poderá avaliar novas oportunidades de aquisições no país, o executivo acrescentou que o foco, no momento, é em garantir a conclusão bem-sucedida da transação já anunciada.
"Achamos que com o tempo haverá oportunidade. Mas, para a Pilbara, temos focado muito em garantir essa transação, e que o M&A que temos em andamento seja bem-sucedido. Então, esse é o nosso foco total."
A expectativa atual do projeto é obter licenças para iniciar a construção de sua primeira fase em janeiro e iniciar a produção em abril de 2026, com capacidade de aproximadamente 250 mil toneladas de concentrado de lítio.
Henderson está em visita a Minas Gerais esta semana, acompanhado por executivos seniores da Pilbara Minerals e da Latin Resources, para se reunir com partes interessadas da comunidade, representantes do governo e funcionários da Belo Lithium, a subsidiária local da Latin Resources em Minas Gerais.
A companhia acredita que o projeto Salinas tem o potencial de se tornar um dos dez maiores de lítio de rocha do mundo em termos de produção.
Sobre os preços, Henderson disse que vê o valor do concentrado de lítio praticamente dobrando no longo prazo, para cerca de 1.500 dólares por tonelada, já que aos preços atuais de 700 dólares alguns produtores estão reduzindo as atividades.
Entretanto, ele observou que esta "é uma nova indústria que está crescendo rapidamente a partir de uma base muito pequena, então tem sido muito volátil".
(Por Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)