Investing.com - Para seguir exportando aço para os Estados Unidos e não ser tarifado, o governo brasileiro poderá ter que aceitar uma restrição voluntária nas exportações e o estabelecimento de cotas, seguindo os mesmos moldes do acordo fechado americanos e a Coreia do Sul. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, a sugestão foi apresentada pelo secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em rápida reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, em Lima, no Peru.
Ao lado da Coreia do Sul, Argentina, Austrália e União Europeia, o Brasil conseguiu que os EUA suspendessem a cobrança da tarifa de 25% sobre as exportações de aço e de 10% sobre as de alumínio. O mercado americano é o maior consumidor do aço brasileiro e, caso sejam cobradas, as taxas podem gerar uma perda de US$ 1 bilhão por ano ao país.
No caso da Coreia do Sul, a cota do país equivale a 70% da média de exportações dos últimos três anos. Além disso, o governo coreano se comprometeu a abrir o mercado para importação de carros dos EUA.
O maior problema é que o governo brasileiro ainda resiste em aceitar uma redução voluntária na venda do aço, já que também geraria perdas ao setor. Também não está na pauta do país negociar concessões de outros produtos fora da cadeia do aço.
O jornal informa que Ross teria reconhecido que os setores do Brasil e dos EUA são complementares, com a taxação do aço brasileiro impactando também a indústria siderúrgica americana. Outro fator relevante são as importações de US$ 1 bilhão em carvão dos EUA, usado na fabricação de aço.