Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – Após apresentação do novo plano estratégico da Petrobras (BVMF:PETR4), o banco Golman Sachs divulgou relatório em que afirmou que as metas provavelmente devem ser revisadas pelo governo eleito a partir do ano que vem. “Não esperamos que o mercado desconsidere as perspectivas mencionadas, especialmente no que diz respeito ao pagamento de dividendos, que podem ser significativamente reduzidos pelo novo governo, conforme discutido em nosso relatório de rebaixamento”, alertam os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins. No início de novembro, o banco cortou a recomendação dos papéis da Petrobras de compra para neutro.
Conforme apontado em relatório do banco, a produção de petróleo ficou estimada em 2,1 mmbpd em 2023, contra expectativa em torno de 2,2 mmbpd do Goldman. Já o guidance de produção de petróleo entre os anos de 2023 e 2027 ficou 8% abaixo da projeção. Segundo os analistas, as divergências podem ser atribuídas parcialmente às vendas futuras esperadas de ativos de exploração e produção que não teriam sido contabilizadas nas estimativas do banco.
A companhia estatal estima investimento de US$78 bilhões no período, cerca de US$10 bilhões a mais frente ao plano estratégico anterior. Além disso, 83% dele está alocado no upstream, totalizando US$ 64 bilhões. Deste montante, 67% seriam destinados a ativos do pré-sal. De acordo com os analistas, o aumento do capex provavelmente pode ser atribuído parcialmente à inflação.
Com dividendos esperados de US$65-70 bilhões durante o período, a Petrobras ainda estima em torno de US$10-15 bilhões em potenciais dividendos extraordinários, o que corresponderia a cerca de 23% de rendimento de dividendos por ano, em média.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) possui recomendação neutra para as ações da Petrobras, com preço-alvo em doze meses de R$34,60 para as ações ON (BVMF:PETR3), R$31,40 para ações PN e US$13,60 para as ADRs da NYSE (NYSE:PBR). Para os analistas, os principais riscos para os papéis estão relacionados a preços do petróleo, oscilação do câmbio e de produção, além da intervenção do governo na precificação dos combustíveis.
Às 11h22 (horário de Brasíia), as ações PN da Petrobras recuavam 1,20%, cotadas a R$26,35.
Já as ADRs caíam 0,34%, a R$11,65.