SÃO PAULO (Reuters) -A prefeitura de Maceió afirmou nesta quarta-feira que enviou à Braskem (BVMF:BRKM5) um pedido para negociar um novo acordo de compensação decorrente da ampliação da área de risco vinculada ao afundamento do solo da cidade, cerca de cinco meses depois de ter acertado com a petroquímica um entendimento com indenização no valor de 1,7 bilhão de reais.
O governo municipal afirmou que o mapa de riscos e ações prioritárias foi ampliado em uma quinta versão e, por isso, a cidade cobra "reabertura imediata de nova mesa de negociação" para "se apurar a ocorrência de novos danos ao município, com a finalidade de que seja promovida a complementação da indenização", segundo pedido encaminhado na véspera à companhia.
Inicialmente a prefeitura havia confirmado nesta quarta-feira que fez um pedido de renegociação do acordo de julho com a empresa, mas esclareceu posteriormente que o entendimento de meados do ano "continua válido" e que o governo municipal está buscando um acerto para inclusão dos "novos danos".
Na véspera, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, defendeu uma revisão do acordo de meados do ano da prefeitura com a empresa, citando que o Estado teve perdas de mais de 3 bilhões de reais de arrecadação por conta do esvaziamento de cinco bairros da capital.
A atualização do mapa de risco, divulgada no final de novembro, foi base para a inclusão da área do Bom Parto no programa de realocação da Braskem, de acordo com a prefeitura.
"Com base em estudos técnicos apresentados pela prefeitura de Maceió, a Justiça Federal determinou que a Braskem realoque famílias do Bom Parto", disse à época o prefeito da cidade alagoana, João Henrique Caldas.
Além de ampliar a área de realocação, o monitoramento foi intensificado, de acordo com a prefeitura. A mudança, no entanto, não indica riscos imediatos à população.
Procurada, a Braskem não comentou o assunto.
(Por Alberto Alerigi Jr. e Patrícia Vilas BoasEdição de Pedro Fonseca)