Por Michel Rose e Noemie Olive
PARIS (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, elogiou neste domingo os laços de seu país com a França como um modelo internacional ao chegar a Paris para uma visita rara em um cenário de crescentes disputas comerciais com a União Europeia.
O presidente da França, Emmanuel Macron, deverá pedir a Xi que reduza os desequilíbrios comerciais e use sua influência junto à Rússia sobre a guerra na Ucrânia. O presidente da China deverá encontrar-se com Macron e com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na segunda-feira.
Xi, que foi recebido em Paris pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, disse num comunicado divulgado durante sua chegada que os laços entre a China e a França são "um modelo para a comunidade internacional de coexistência pacífica e cooperação benéfica para ambos os lados entre países com diferentes sistemas sociais".
A França está apoiando uma investigação da União Europeia sobre as exportações chinesas de veículos elétricos e, em janeiro, Pequim abriu uma investigação sobre as importações de brandy fabricadas principalmente na França, um movimento amplamente visto como uma retaliação às investigações da UE.
"Queremos obter reciprocidade comercial e que os elementos da nossa segurança econômica sejam levados em conta", disse Macron em entrevista ao jornal francês La Tribune antes da visita de dois dias de Xi, a sua primeira viagem à região em cinco anos.
Os 27 membros da UE -- em particular a França e a Alemanha -- estão divididos quanto à sua atitude em relação à China. O chanceler alemão, Olaf Scholz, não se juntará a Macron e Xi em Paris devido a compromissos anteriores, disseram fontes.
A França também procurará fazer progressos na abertura do mercado chinês às suas exportações agrícolas e resolver questões relacionadas com as preocupações da indústria cosmética francesa sobre os direitos de propriedade intelectual, disseram as autoridades.
A China pode anunciar uma encomenda de cerca de 50 aeronaves Airbus (EPA:AIR) durante a visita de Xi, mas ainda não se sabe se será um novo contrato, disseram pessoas familiarizadas com as negociações.
(Por John Irish, Michel Rose, Ingrid Melander, Sybille de La Hamaide, Noemie Olive, Tim (BVMF:TIMS3) Hepher)