Por Fabian Cambero
SANTIAGO (Reuters) - Parlamentares de oposição do Chile lançaram os procediamentos para um processo de impeachment contra o presidente Sebastián Piñera nesta quarta-feira devido a possíveis irregularidades na venda de uma mineradora depois do surgimento de novos detalhes sobre o acordo no vazamento dos Pandora Papers.
A medida vem depois de o procurador-geral do país ter dito neste mês que iniciaria uma investigação sobre possíveis acusações de corrupção ligadas a suborno, além de violações tributárias relacionadas à venda.
Os Pandora Papers são um conjunto de documentos vazados que o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos diz revelarem transações em paraísos fiscais envolvendo figuras globais da política e dos negócios.
Entre eles, há documentos que parecem delinear um acordo referente à venda em 2010 da mina de Dominga, um projeto abrangente de cobre e ferro no Chile. À época, Piñera, um empresário bilionário, estava no ano inicial de seu primeiro mandato presidencial.
O vazamento causou polêmica no país porque levou a crer que o acordo, que envolveu uma firma ligada à família de Piñera, estava contingenciado por um ambiente regulatório favorável. A venda já foi examinada por tribunais em 2017.
Jaime Naranjo, parlamentar de esquerda da câmara baixa e um dos impulsionadores do processo de impeachment, disse que Piñera "infringiu abertamente a Constituição... comprometendo seriamente a honra da nação".
Piñera rejeita as acusações e argumenta que os detalhes do contrato estão na ação já analisada e que nenhuma irregularidade foi encontrada.