Rio de Janeiro, 23 set (EFE).- O grande desafio brasileiro atualmente é estimular os investimentos no país para promover o crescimento, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo do estado do Rio de Janeiro.
Convidado da terceira edição do fórum Efe Café da Manhã, realizado em um hotel da zona sul da capital fluminense, Lindbergh debateu no evento a conjuntura econômica brasileira, além do impacto social e eleitoral das manifestações que desde junho acontecem em várias cidades do país. O senador disse haver "consenso" em todas as forças políticas do país de que o crescimento deve ser impulsionado pelo investimento.
De acordo com dados apresentados por ele, em 2012 os investimentos representavam 18,1% do Produto Interno Bruto (PIB), uma queda de 1,2% em relação a 2011. Mas as licitações, principalmente de infraestrutura, promovidas e planejadas pelo governo federal, podem elevar esse número até 23%.
O senador encorajou os empresários espanhóis presentes no fórum a investir no país, que tem projetos de modernização de estradas, ferrovias e de energia que somam R$ 740 bilhões. "Nossa economia tem fundamentos sólidos, e o alicerce do crescimento são os investimentos", afirmou.
Aliado de Dilma, Linbergh disse que nos últimos dez anos o Brasil virou um "país de classe média e superou uma barreira psicológica ao promover a gestão privada de infraestruturas. A posição do governo tem que ser de mercado, mas com regulação".
Mas, para contribuir para esse estímulo, o principal desafio dos legisladores, disse, é realizar uma reforma que simplifique o sistema tributário brasileiro, "um emaranhado legislativo que provoca insegurança jurídica para os investidores".
Uma das medidas necessárias e que já foi aprovada pela Comissão é a equalização do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados para acabar com a "guerra fiscal" entre eles, com a cobrança de uma alíquota única em todo o país de 4% em 20 anos.
Ex-presidente da UNE e uma das lideranças do impeachment, há 21 anos, Lindbergh foi perguntado sobre a onda de protestos que começaram em junho no país. Para ele, existe uma diferença fundamental entre as manifestações de duas décadas atrás e as de hoje: a reivindicação atualmente é pela qualidade de vida do cidadão e está baseada nos desejos da população, mas está descrente na política.
A ausência dessa bandeira política clara, que existia em 1992, é lamentada pelo senador, para quem "a saída passa pela participação política, pelas instituições, não por negá-la".
E essa característica, segundo ele, contribuiu para que surgisse dentro dos protestos desde junho confrontos com a polícia, violência e vandalismo que acabaram por esvaziar as manifestações. "A violência acaba afastando as pessoas", ressaltou.
As manifestações desse ano começaram perto da época da Copa das Confederações, e o investimento público nos grandes eventos esportivos que o país sediará - como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 - foi questionado pela população, que reivindicou que os recursos sejam investidos em saúde, educação e transporte.
Pré-candidato ao governo do Rio pelo PT - o partido sinaliza que não comporá chapa junto com o atual vice-governador Luiz Antônio Pezão (PMDB), virtual candidato da situação -, Lindbbergh admitiu desejar o apoio do ex-jogador e deputado federal Romário (sem partido-RJ) para as eleições do ano que vem.
Romário foi um dos primeiros a se levantar contra os gastos públicos e a falta de transparência das organizações como a Fifa, a CBF e o COI.
"Ele conquistou um capital político e o respeito dos cidadãos por seu trabalho na Câmara, pela luta pelos direitos dos portadores de deficiência e principalmente por ter sido o primeiro a se levantar contra, questionando a Copa do Mundo", disse o senador.
Lindbergh quer agregar esse prestígio para as eleições de 2014 e revelou já ter conversado com Romário sobre a possibilidade de ele sair na base de apoio para deputado federal, senador ou até mesmo vice-governador.
"Romário é a noiva destas eleições. Assumo que estou cortejando. Sou mais um (dos pretendentes)", brincou.
Esta foi a primeira edição do fórum na capital fluminense, que foi mediado pelo presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, e contou com a presença do CEO de infraestrutura e defesa da Indra no Brasil - multinacional espanhola que patrocinou o evento -, Horacio Sabino. Também estiveram presentes o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), jornalistas, empresários e investidores. EFE
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Convidado da terceira edição do fórum Efe Café da Manhã, realizado em um hotel da zona sul da capital fluminense, Lindbergh debateu no evento a conjuntura econômica brasileira, além do impacto social e eleitoral das manifestações que desde junho acontecem em várias cidades do país. O senador disse haver "consenso" em todas as forças políticas do país de que o crescimento deve ser impulsionado pelo investimento.
De acordo com dados apresentados por ele, em 2012 os investimentos representavam 18,1% do Produto Interno Bruto (PIB), uma queda de 1,2% em relação a 2011. Mas as licitações, principalmente de infraestrutura, promovidas e planejadas pelo governo federal, podem elevar esse número até 23%.
O senador encorajou os empresários espanhóis presentes no fórum a investir no país, que tem projetos de modernização de estradas, ferrovias e de energia que somam R$ 740 bilhões. "Nossa economia tem fundamentos sólidos, e o alicerce do crescimento são os investimentos", afirmou.
Aliado de Dilma, Linbergh disse que nos últimos dez anos o Brasil virou um "país de classe média e superou uma barreira psicológica ao promover a gestão privada de infraestruturas. A posição do governo tem que ser de mercado, mas com regulação".
Mas, para contribuir para esse estímulo, o principal desafio dos legisladores, disse, é realizar uma reforma que simplifique o sistema tributário brasileiro, "um emaranhado legislativo que provoca insegurança jurídica para os investidores".
Uma das medidas necessárias e que já foi aprovada pela Comissão é a equalização do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados para acabar com a "guerra fiscal" entre eles, com a cobrança de uma alíquota única em todo o país de 4% em 20 anos.
Ex-presidente da UNE e uma das lideranças do impeachment, há 21 anos, Lindbergh foi perguntado sobre a onda de protestos que começaram em junho no país. Para ele, existe uma diferença fundamental entre as manifestações de duas décadas atrás e as de hoje: a reivindicação atualmente é pela qualidade de vida do cidadão e está baseada nos desejos da população, mas está descrente na política.
A ausência dessa bandeira política clara, que existia em 1992, é lamentada pelo senador, para quem "a saída passa pela participação política, pelas instituições, não por negá-la".
E essa característica, segundo ele, contribuiu para que surgisse dentro dos protestos desde junho confrontos com a polícia, violência e vandalismo que acabaram por esvaziar as manifestações. "A violência acaba afastando as pessoas", ressaltou.
As manifestações desse ano começaram perto da época da Copa das Confederações, e o investimento público nos grandes eventos esportivos que o país sediará - como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 - foi questionado pela população, que reivindicou que os recursos sejam investidos em saúde, educação e transporte.
Pré-candidato ao governo do Rio pelo PT - o partido sinaliza que não comporá chapa junto com o atual vice-governador Luiz Antônio Pezão (PMDB), virtual candidato da situação -, Lindbbergh admitiu desejar o apoio do ex-jogador e deputado federal Romário (sem partido-RJ) para as eleições do ano que vem.
Romário foi um dos primeiros a se levantar contra os gastos públicos e a falta de transparência das organizações como a Fifa, a CBF e o COI.
"Ele conquistou um capital político e o respeito dos cidadãos por seu trabalho na Câmara, pela luta pelos direitos dos portadores de deficiência e principalmente por ter sido o primeiro a se levantar contra, questionando a Copa do Mundo", disse o senador.
Lindbergh quer agregar esse prestígio para as eleições de 2014 e revelou já ter conversado com Romário sobre a possibilidade de ele sair na base de apoio para deputado federal, senador ou até mesmo vice-governador.
"Romário é a noiva destas eleições. Assumo que estou cortejando. Sou mais um (dos pretendentes)", brincou.
Esta foi a primeira edição do fórum na capital fluminense, que foi mediado pelo presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, e contou com a presença do CEO de infraestrutura e defesa da Indra no Brasil - multinacional espanhola que patrocinou o evento -, Horacio Sabino. Também estiveram presentes o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), jornalistas, empresários e investidores. EFE
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