O diretor-presidente da Sabesp (BVMF:SBSP3) (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), André Salcedo, disse que a premissa do modelo de privatização é reduzir as tarifas cobradas à população. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta 2ª feira (11.set.2023).
A privatização, que deve ocorrer no 1º semestre de 2024, antecipará investimentos como estratégia para viabilizar a redução das tarifas. O modelo é da IFC (International Finance Corporation), instituição do Banco Mundial voltada para fortalecer o setor privado em países em desenvolvimento.
De acordo com Salcedo, a queda das taxas no processo de privatização da estatal foi definido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Se não for dessa forma, foge do que o governador pediu. A redução da tarifa se daria dentro do sistema como um todo”, disse ele.
A proposta de redução ainda não foi deliberada, porém, o diretor-presidente promete que “não vai vir em prejuízo da companhia, vai ser neutra para a empresa”.
Do outro lado, Tarcísio tem se movimentado para conversar com prefeitos dos municípios atendidos pela Sabesp. Até esta 2ª feira (11.set.2023), havia se reunido com cerca de 180 dos 357 gestores municipais.
Em agosto, o governo de São Paulo lançou um guia informativo sobre a desestatização da empresa. A ideia é informar os supostos benefícios da operação à população paulista. O material demonstra como o modelo da desestatização pode ampliar investimentos no Estado, reduzir tarifas e tornar a companhia uma plataforma multinacional do setor.
O texto menciona a meta do Novo Marco do Saneamento de que 99% da população brasileira deve ter abastecimento de água, e 90%, coleta e tratamento de esgoto, até 2033. O Estado de São Paulo e o diretor-presidente da Sabesp dizem pretender antecipar a meta em 4 anos e incluir no sistema a população hoje não atendida, que chega a 1 milhão de pessoas nos 375 municípios atendidos pela companhia. Eis a íntegra do guia (PDF – 2 MB).
Em 31 de julho, a gestão de Tarcísio aprovou a privatização da estatal no modelo de “follow on” ou oferta subsequente de ações. Nesse modelo, o Estado de São Paulo será um acionista minoritário da Sabesp.