Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) pode superar marginalmente a meta de produção de petróleo neste ano, disse o diretor-executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, nesta quarta-feira, durante evento no Rio de Janeiro.
Ele reforçou que a performance operacional da Petrobras já está no limite superior da faixa prevista para 2023.
"Quando a gente faz uma estimativa de produção, a gente tem uma margem... A gente está no limite do 'range' positivo, na banda na parte mais pra cima", disse ele a jornalistas.
Segundo ele, uma produção acima da meta em 2023 seria "importante e simbólico" no ano em que empresa completa 70 anos.
"Não houve uma estratégia de aceleração, o que há é uma consequência do negócio."
A meta de produção de petróleo da Petrobras é de 2,1 milhão de barris por dia em 2023, com variação de 4% para mais ou para menos.
Caso atinja a faixa superior, pode superar o resultado do ano passado, quando a produção da estatal somou 2,154 milhões de barris de petróleo por dia, em média.
Após um programa de desinvestimentos nos últimos anos, a produção da Petrobras tem crescido menos do que o total produzido no Brasil.
Nesta quarta-feira, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) reportou novo recorde da produção de petróleo e gás do Brasil em setembro, com crescimento de 16,7% na comparação anual.
A produção de petróleo da Petrobras no Brasil subiu 9,6% entre julho e setembro ante igual período do ano passado, principalmente devido ao desempenho operacional de plataformas do pré-sal e ao menor volume de paradas e manutenções de unidades, informou a companhia na semana passada. O total produzido atingiu média de 2,32 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no período.
A expectativa é de que a produção da Petrobras cresça a partir de 2025, já que para 2024 a estatal projetou em seu último plano de negócios uma certa estabilidade versus 2023.
Em 2025, a petroleira prevê atingir 2,3 milhões de barris por dia.
"Temos dentro do PE (plano estratégico) cinco unidades previstas. A P-71, a gente conseguiu antecipar para dezembro do ano passado e mais quatro para este ano. A última será a unidade de Sepetiba, que deve ficar pro início de dezembro", comentou o diretor.
Ele também reforçou que a Petrobras mantém ritmo "elevado" de utilização das refinarias, mas sem colocar em risco questões de segurança.
As refinarias da Petrobras alcançaram índice de utilização de 95,8% no terceiro trimestre, o melhor resultado desde 2014, depois de o indicador ter se mantido no patamar de 97% em setembro e agosto, segundo a companhia.
(Por Rodrigo Viga Gaier, com reportagem adicional de Roberto Samora)