Dólar se reaproxima dos R$5,60 impulsionado pelo exterior após acordo entre EUA e UE
Por Oliver Griffin
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores brasileiros de café do Cerrado Mineiro, reduto do cultivo de grãos arábica, estão testando variedades de canéforas em meio às mudanças climáticas e outras preocupações, disse o gerente de agricultura da Nestlé.
O café arábica, que precisa de temperaturas mais amenas para se desenvolver do que os grãos canéforas (conilon e robusta), é considerado particularmente suscetível às mudanças climáticas.
"Recentemente, eu visitei o Cerrado, e já tem produtores, grandes produtores de arábica, já fazendo testes com café canéfora, conilon, no Cerrado Mineiro", disse Rodolfo Climaco em uma entrevista no final da quarta-feira.
A adoção dos grãos conilon pelos cafeicultores do Cerrado Mineiro marcaria uma mudança importante em uma região onde, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 100% da produção de café é arábica.
Em setembro passado, a Reuters informou que os preços recordes do canéfora estavam levando a uma expansão da safra de café em várias partes do Brasil, em áreas e altitudes tradicionalmente associadas ao arábica.
No entanto, enquanto os cafeicultores decidem qual variedade de grãos desejam cultivar com base na produtividade e na lucratividade, as questões relacionadas à mudança climática também terão um peso importante, disse Climaco.
"Eu acho que o grande fator aí que faz a decisão entre arábica ou não vai ser de fato as mudanças climáticas, porque ele é um café mais resistente e menos suscetível a essas mudanças."