Dólar tem alta forte ante o real em meio a receios com a política fiscal
Investing.com -- O economista e ex-presidente do Federal Reserve Bank de Nova York, Bill Dudley, compartilhou sua opinião sobre o potencial impacto econômico das políticas tarifárias do governo Trump em uma coluna da Bloomberg. Dudley, que também atuou como vice-presidente do Federal Open Market Committee, acredita que os mercados estão muito complacentes sobre os possíveis efeitos dessas tarifas.
As tarifas impostas ao Canadá, China e México podem impactar tanto a inflação quanto o crescimento. Com o aumento dos preços de importação, os produtores domésticos podem aumentar seus preços, afetando o consumo. Além disso, a incerteza sobre o nível e a duração das tarifas, bem como possíveis retaliações, pode levar empresas a adiar decisões de contratação e investimento.
Dudley observou que os mercados atualmente parecem acreditar que o efeito sobre o crescimento prevalecerá. Essa crença é demonstrada pela recente queda acentuada nas ações e pelo aumento das expectativas de corte nas taxas pelo Federal Reserve, indicando que os mercados não esperam que os aumentos de preços induzidos por tarifas limitem o banco central.
No entanto, Dudley destaca dois fatores importantes que tornam esse cenário incompleto. Primeiro, ele sugere que a desaceleração do crescimento não criará tanta folga no mercado de trabalho ou pressão descendente sobre os salários como esperado. Isso se deve à diminuição da imigração ilegal, aos planos do governo Trump de aumentar significativamente as deportações e ao crescimento lento da força de trabalho nativa em idade produtiva. Como resultado, ganhos mensais de aproximadamente 50.000 empregos devem ser suficientes para manter a taxa de desemprego estável, em comparação com os 150.000 a 200.000 necessários em anos anteriores.
Em segundo lugar, Dudley ressalta que se os aumentos de preços relacionados às tarifas elevarem as expectativas de inflação, será difícil para o Federal Reserve ignorá-los. Isso não foi um problema durante o primeiro mandato de Trump, quando suas políticas eram menos extremas e a inflação estava abaixo da meta de 2% do Fed. No entanto, a magnitude atual dos aumentos tarifários é significativamente maior e pode atrasar ainda mais o objetivo do banco central de reduzir a inflação para sua meta de 2% após anos excedendo esse nível.
Em fevereiro, os entrevistados nas Pesquisas de Consumidores da Universidade de Michigan esperavam que a inflação atingisse uma média de 3,5% nos próximos cinco a dez anos, o nível mais alto desde 1995. Essa combinação de menor potencial de crescimento, preços mais altos e maiores expectativas de inflação pode impactar negativamente os mercados.
Dudley conclui afirmando que espera que essa perspectiva menos favorável seja refletida nas próximas projeções econômicas do Federal Reserve, que serão divulgadas após a reunião de política monetária da próxima semana. Ele prevê que as previsões de crescimento do produto serão reduzidas e as de inflação aumentadas. No entanto, não se espera que o caminho da taxa de desemprego mude significativamente, já que o crescimento da força de trabalho desacelera junto com as contratações. A previsão mediana de dois cortes de 25 pontos-base nas taxas em 2025 provavelmente permanecerá, com muitos funcionários precisando mudar de opinião para mudar a mediana para apenas um corte na taxa. Isso parece improvável dado o atual clima de incerteza e sensibilidade política.
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