"Em 2014, a união da Kroton (SA:KROT3) com Anhanguera resultou no desinvestimento da Uniasselvi", avalia o CEO (Pixabay)
SÃO PAULO – A Ser Educacional (SA:SEER3) está convicta que a sua oferta pela Estácio (SA:ESTC3) é a que mais trará ganhos para os acionistas ao unir os valores esperados de sinergias operacionais e de crescimento orgânico na nova companhia, avaliam Jânyo Diniz e Rodrigo Macedo Alves, respectivamente CEO e diretor de Relações com Investidores da Ser, em entrevista a O Financista.
A rival Kroton fez uma proposta anterior à realizada pela Ser que oferece 0,997 das suas ações para cada uma da Estácio. Analistas consideram que uma fusão com a Ser traria apenas metade do potencial de sinergias, principalmente no ensino a distância, do que uma união com a Kroton (R$ 500 milhões em lucro operacional por ano). Essa avaliação, contudo, é contestada pela Ser.
“Essa é uma sinergia discutível. Em 2014, a união da Kroton com Anhanguera resultou no desinvestimento da Uniasselvi. E, hoje, as áreas de ensino a distância são maiores que as vistas nas duas à época”, pontua Diniz. Segundo ele, a união com a Ser não resultaria em algo tão drástico. O executivo lembra que, nos moldes da sua oferta, os acionistas da Estácio ficariam com a maior parte da nova companhia. A também considera a distribuição de dividendos extraordinários no valor de R$ 590 milhões aos acionistas de Estácio.
Crescimento orgânico
“Uma vantagem, que é fundamental, é que os acionistas da Estácio se apropriariam de quase 70% das sinergias e do potencial de crescimento da empresa. A nossa, de longe, faz muito mais sentido”, explica Diniz. A Ser entende que a combinação com a Estácio criaria uma empresa que ainda poderia crescer organicamente, além de estar preparada para novas aquisições.
“Teríamos uma capacidade grande de crescimento orgânico, com mais 50 novas unidades por abrir e 500 polos de ensino a distância”, ressalta Rodrigo Alves, diretor de Relações com Investidores. Ele lembra que a Ser já estudava o mercado e uma análise preparada por uma consultoria seria finalizada em agosto, mas por conta do noticiário precisou antecipar a oferta pela Estácio.
Alves diz que a gestão de uma eventual nova empresa ainda não debatida, mas que a Ser seria uma parte atuante. O atual controlador, Jânguie Diniz, seria o maior acionista da nova companhia. “Achamos que, agora, o importante é o acionista da Estácio, além de tomar a decisão, tomar precauções. Como esse tipo de operação pode envolver o Cade, sempre há o risco de ajuste de relações de troca em caso de demora da aprovação”, pontua o diretor de RI.