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Raia Drogasil opera em queda após balanço do 3T; resultados dividem analistas

Publicado 28.10.2020, 12:21
© Reuters
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Inveting.com - As ações da Raia Drogasil (SA:RADL3) operavam em forte queda, em linha com as perdas do Ibovespa, depois de a empresa reportar lucro líquido de R$ 174,7 milhões no terceiro trimestre, alta de 19,5% em relação ao 3T19, resultado que dividiu os analistas.

Às 12h20, os papéis registravam queda de 5,4%, a R$ 24,67, enquanto o Ibovespa caía 3,4%.

Para a XP, os resultados da Raia Drogasil vieram em linha com as estimativas. A corretora destacou, no entanto, esperar uma reação positiva do mercado devido a aceleração no ritmo de vendas e ao sólido desempenho digital, que não perdeu muita participação em relação ao segundo trimestre. A XP mantém recomendação Neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 22,4.

O Safra também considera que os resultados vieram em linha com as projeções, evidenciando uma recuperação gradual em um cenário de margens brutas ainda pressionadas. A expectativa é que a empresa continue crescendo nos próximos trimestres. Por não considerar as ações baratas, o banco mantém recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 25.

O BTG (SA:BPAC11) também considerou que os resultados vieram em linha com o esperado. Para o futuro, o banco destaca que a execução superior e o plane agressivo de expansão mantêm a recomendação de Compra e o preço-alvo de R$ 24, ainda que a as ações sejam mais caras do que as das concorrentes.

Para a Mirae Asset, por sua vez, os resultados ficaram abaixo das expectativas. No entanto, a corretora espera recuperação no quarto trimestre, com aumento na circulação das pessoas e de consultas médicas. A recomendação é de Compra, com preço-alvo de R$ 30. O Goldman Sachs também leu os resultados como um pouco mais fracos do que o esperado, sobretudo em termos de margens, mas acredita que os fundamentos seguem fortes e espera ver recuperação nas vendas nos próximos trimestres. Assim, o banco mantém recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 26.

Finalmente, o BB-BI vê os resultados como positivos, evidenciando o perfil resiliente do setor e da capacidade de execução da companhia, superior à dos concorrentes. O banco altera a recomendação de Neutra para Compra, com preço-alvo de R$ 31,40, por acreditar que a RD irá continuar a sustentar suas vantagens competitivas.

Balanço

A receita bruta consolidada alcançou 5,4 bilhões de reais, um incremento de 12,8% ante o terceiro trimestre do ano passado, com o segmento OTC (produtos de saúde que não exigem prescrição médica) sendo o destaque, com crescimento de 17,3%. A margem bruta passou de 27,7% para 27,8%.

De acordo com os dados divulgados na véspera, os canais digitais representaram 7,1% das vendas do varejo, em linha com o segundo trimestre, "apesar da progressiva normalização do tráfego de clientes em nossas lojas".

O resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou em 10,5%, para 397,2 milhões de reais, com margem de 7,4%, ligeira queda em relação aos 7,5% um ano antes.

A companhia chamou a atenção para um ganho inflacionário sobre os estoques no trimestre, em função do adiamento do aumento de preços de março para maio.

Mas ponderou que esse ganho foi parcialmente compensado em função do ajuste a valor presente (AVP), um efeito não-caixa, resultado de um ciclo de caixa excepcionalmente maior e da taxa de juros mais baixa, bem como maior investimento em promocionalização e aumento transitório nas perdas de inventário, sobretudo no tocante ao vencimento dos estoques de álcool líquido com validade curta comprados no pico da pandemia.

O ciclo de caixa no terceiro trimestre foi 8,9 dias maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Os estoques aumentaram em 2,8 dias, enquanto recebíveis aumentaram 1,8 dia.

A rede registrou um fluxo de caixa livre positivo de 351,8 milhões de reais e uma geração total de caixa de 331,3 milhões de reais no terceiro trimestre.

Dos 184,4 milhões de reais investidos no trimestre, 87,3 milhões de reais foram destinados a abertura de novas lojas, 37,6 milhões reais foram para a reforma e ampliação de lojas existentes e 59,5 milhões de reais foram para infraestrutura.

A RD inaugurou 64 lojas entre julho e setembro, 12 a mais do que no mesmo período de 2019, com 3 fechamentos, terminando o trimestre com um total de 2.223 estabelecimentos.

"Com isso, totalizamos 158 aberturas brutas em 2020 e reiteramos nosso guidance de 240 para o ano", afirmou a companhia, também lembrando do novo guidance de 240 aberturas brutas por ano para 2021 e para 2022.

A empresa encerrou o trimestre com uma dívida líquida ajustada de 1,18 bilhão de reais, versus 876,9 milhões de reais no mesmo período de 2019. A dívida líquida ajustada sobre o Ebitda ficou em 0,9 vez, 0,2 vez maior quando comparada ao mesmo período do ano passado, mas 0,3 vez menor na base trimestral.

"Esperamos normalizar nosso nível de alavancagem financeira nos próximos dois trimestres", afirmou.

--Com colaboração da Reuters

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